domingo, 20

de

abril

de

2025

ACESSE NO 

Três-barrense que morreu aos 104 anos testemunhou história da cidade

Imagem:Arquivo

Últimas Notícias

- Ads -

Amélia Euba era da família do primeiro prefeito de Três Barras

Aos 104 anos, Amélia Euba, uma das três-barrenses mais longevas, faleceu vítima de um AVC na quarta-feira, 16. Ela era mais conhecida como tia Amene. Nascida em Três Barras no dia 31 de agosto de 1920, Amélia era filha dos libaneses José Emiliano Uba e Happe Seleme Uba. Seu pai veio do Líbano em 1919 e abriu uma pequena loja no centro de Três Barras. Um dos irmãos de Amélia, Emiliano José Uba, viria a ser o primeiro prefeito de Três Barras quando do processo de emancipação político-administrativa de Canoinhas.

Amélia nasceu e sempre morou em Três Barras, onde trabalhou a vida toda como comerciante, ofício herdado do pai. Em entrevista ao JMais em 2017, ela ainda lembrava dos “bons tempos da Lumber”, para ela a era de ouro da cidade, à época distrito de Canoinhas.

“Tive uma infância muito alegre. Os americanos faziam muitas festas. Vinham muitas pessoas de fora”, contou. Nessa época, a estação ferroviária movimentava o então distrito, emancipado em 1963. Era por meio da estação que os chefes da Lumber se locomoviam e muitos materiais da empresa chegavam ao distrito. “Sinto muita saudade de frequentar o cinema”, recordava. No terreno onde hoje está o Campo de Instruções Marechal Hermes (CIMH), do Exército Brasileiro, o antigo hospital de madeira virou escritório e o antigo cinema caiu aos pedaços em 2013. Projeto para montar uma réplica já foi inscrito no Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (Iphan), mas de concreto nada foi feito.

Depois de 66 anos nas mãos do Exército, a prefeitura de Três Barras reivindica ao menos parte da área entregue por Getúlio visando a expansão do centro do Município.

“(Três Barras, na comparação com a época da Lumber) decaiu muito, principalmente para o nosso comércio aqui na Vila e a sociedade também era muito boa. Vinha gente de fora para as festas aqui. Os estudantes de Curitiba vinham em bailes aqui. Era um tempo muito bom na nossa mocidade”, contou Amélia.

“Até a morte ela ia tomar chimarrão em frente à casa na qual viveu a vida toda (próximo da prefeitura), aí as pessoas iam ali e ela sempre tinha boas histórias na ponta da língua”, conta a sobrinha Mona Dequech Denk.

Amélia nunca se casou, nem teve filhos. Seu corpo foi sepultado nesta quinta-feira, 17.