Ex-secretário de Educação depôs na condição de testemunha
É BOM ESCLARECER
O vereador Osmar Oleskovicz (PSD) usou a tribuna da Câmara de Vereadores nesta terça, 13, para fazer várias críticas ao meu trabalho, então, a fim de deixar todas as questões esclarecidas, vamos lá. Osmar disse que “na semana passada usei essa tribuna para falar sobre a notificação que a prefeita Juliana Maciel Hoppe (PL) recebeu do Tribunal de Contas do Estado. Fiquei perplexo com a reação do jornalista Edinei Wassoaski. Ele disse que eu não sou candidato a vereador. Depois quero a ata transcrita, em nenhum momento disse que não era candidato.” Essa é fácil, basta dar um play no vídeo abaixo. O vereador pode me acusar de má-fé, mas a fala, vá lá, foi dúbia. Então, que fique claro, ele deu a entender que não era candidato a reeleição. Mas se é, ok, boa sorte a ele:
“Ele fala que eu não me elegeria nem para síndico de favela. O que o senhor tem contra as pessoas que moram na favela? Temos de cuidar das pessoas mais pobres. É essa a nossa função. É um dever nosso cuidar dos pobres.”
Menos vereador, Canoinhas nem tem favela. Se ofendi, ofendi gente que nem mora em Canoinhas, mas de qualquer forma, peço desculpas se algum morador de favela se ofendeu de eu cogitar que o senhor pudesse vir a ser síndico de suas respectivas moradas.
“O senhor mentiu ao falar que não sou candidato e desgastado pela operação ‘peter filho’. Ele mesmo levantou a questão ao dizer que um dos delatores foi me procurar na Secretaria de Educação, mas o assunto está esclarecido, não é a Secretaria que cuida dessa questão”, seguiu o vereador.
Pois é, ele deu a entender que não era candidato, revejam o vídeo acima. A operação, a propósito, se chama Et Pater Filium. Peter Filho deve ser filho de algum Peter, o vereador se confundiu.
“Eu não devo nada, quero ver se ele é homem o suficiente para dizer quem é culpado porque logo sai a sentença. O senhor tentou me desgastar. Sei que tem algo. Não tenho medo de perder eleições, o que não posso é perder o medo de usar essa tribuna e falar a verdade”, prosseguiu.
Ok, me comprometo a publicar as sentenças da Et Pater Filium e para isso nem preciso colocar minha masculinidade na roda. Não tentei desgastá-lo, apenas interpretei suas falas. Sobre a citação de Osmar na Et Pater Filium, segue explicação na próxima nota.
“Fiz ata tutorial e vou processá-lo. Qualquer citação que esse jornalista faça a minha pessoa, vou usar essa tribuna. Sou candidato a vereador sim, contra a sua vontade ou não.”
É ata notarial e não tutorial, mas enfim, se quer ameaçar de processo, vai levar um também por ter afirmado na tribuna, sem provas, que eu recebo para falar bem da prefeita, lembram-se?
“Machuca você ter uma vida pautada na ética, uma família de 15 irmãos, uma vida dedicada a Educação e atividades sociais diante da insistência desse jornalista de me jogar junto com pessoas que fizeram coisas erradas”, concluiu afirmando que quero machucá-lo e que sou parcial e não terei credibilidade para cobrir as eleições. “Deveria fazer outra coisa e deixar de falar de política”, me aconselhou.
Essa fala final me fez refletir por um nanosegundo e… desculpa aí, mas decidi continuar falando de política.
ET PATER FILIUM
De cara, tem de ficar claro que Osmar Oleskovicz não é réu na Et Pater Filium. Ele depôs como testemunha. Porém, ao contrário do que ele diz, a coluna nunca o tratou como réu. O que noticiei em 2021 foi trecho da colaboração premiada do empresário Miguelangelo Hiera. Ele implicou, sim, o vereador Osmar Oleskovicz no esquema de corrupção envolvendo a Santa Cruz. Hiera afirmou em depoimento que Oleskovicz, como secretário de Educação, sabia de todo o esquema.
Osmar nega a acusação e diz que sua única função como secretário era fornecer a listagem das linhas necessárias para a Secretaria de Administração fazer todo o processo licitatório. A Administração era comandada por Diogo Seidel, preso com Beto Passos e Renato Pike, acusado de ser um dos beneficiados pelo acerto com o Coletivo.
Ainda de acordo com Oleskovicz, “antes de eu ser secretário era assim, comigo foi assim e depois de mim continua sendo assim”. Segundo ele, o setor de transporte da Secretaria vê as necessidades das linhas e repassa para a Secretaria de Administração fazer os processos. “Nunca ninguém me falou sobre negócios escusos no transporte”, frisou Osmar à época, versão que não mudou em nada durante seu depoimento nesta semana.
“O jornalista disse que enquanto 40 pessoas assistem a sessão da Câmara, 5 mil acessam o JMais. Mas meu acordo é com o povo, não com a imprensa”
Do vereador Mauricio Zimmermann, dando sequência às estocadas no site. Pois é, vereador, então, essas 5 mil pessoas também são povo
CRONOGRAMA
O vereador Mauricio Zimmermann (PL) apresentou projeto que dispõe sobre a criação de um cronograma para renovação de receitas médicas de medicamentos contínuos e controlados.
“A gente vê que hoje pode ser facilitado isso. Esse cronograma vai facilitar tanto a vida de quem precisa do medicamento quanto dos pacientes que precisam de uma consulta”, afirmou.
REGISTRADOS
Já estão registradas no sistema eleitoral as candidaturas de Juliana Maciel Hoppe (PL), Paulinho Basilio (MDB) e Samuel Lubke (PRTB). Cleverton Durau (Podemos) e Andrey Watzko (PT) têm até esta quinta-feira, 14, pra fazer o registro.
TRÊS BARRAS
Em Três Barras somente Ana Claudia Quege (MDB) registrou sua candidatura. Felipe Bedretchuck (PT) ainda não registrou, mas garante que a candidatura está ok.
INDECISÃO
Em Major Vieira há quatro candidatos anunciados, mas de fato somente Aline Ruthes (PSD) registrou a candidatura. A grande incógnita segue sendo o prefeito Edson Schroeder (PP), que até o momento ainda não formou chapa. Seu candidato a vice segue indefinido.
VAZAMENTO
O empresário Marcos Tiago Gonçalves depôs como testemunha nas audiências da Et Pater Filium nesta semana. “Fui dormir como empresário de sucesso na cidade e acordei como bandido”, reclamou sobre um fluxograma vazado do processo, que corria em segredo à época, no qual ele aparecia como possivelmente ligado a Renato Pike. A suspeita, não confirmada, era de que Pike teria usado o empresário como laranja. A promotoria afirmou que o vazamento não partiu do Ministério Público. “Estava em segredo de Justiça, mas mesmo assim foram divulgadas peças que não poderiam ser divulgadas”, disse a promotora Mariana Mocelin. Marcos disse que foi muito prejudicado por inúmeras suspeitas não comprovadas levantadas sobre sua relação com Pike.
TROCA

Depois de perder o comando do Republicanos em Santa Catarina, o ex-governador Carlos Moisés da Silva deve caminhar para outro partido. Em breve, deve ser confirmada dele a filiação ao Podemos. Moisés quer disputar uma cadeira de deputado federal em 2026. A informação foi divulgada pelo colunista da NSC, Anderson Silva.