Tida antes como fora do cenário, a deputada federal desponta como liderança regional
AS NUVENS
O saudoso Ulysses Guimarães costumava dizer que política é igual a nuvens. Você olha em determinado momento estão de um jeito, virou de lado e já mudou. Que digam aqueles que menosprezaram Norma Pereira (PSDB) quando em 2018 ela peregrinou por gabinetes de prefeitos do Planalto Norte pedindo apoio. Houve quem risse na cara dela e não foram poucos os que lhe deram um chá de cadeira. A derrota na disputa pela prefeitura de Canoinhas em novembro passado fez mais gente desacreditar de sua força. Eis que quatro meses depois a queda momentânea de Carlos Moisés (PSL) faz emergir novamente a figura de Daniela Reinehr, que convida Carmen Zanotto (Cidadania) para a pasta da Saúde. Convite aceito e Norma automaticamente assume sua vaga em Brasília.
O resumo da ópera certamente chocou quem contava Norma como carta fora do baralho. Sem assumir o mandato, as chances de Norma repetir a votação de 2018, caso fosse candidata à Câmara dos Deputados em 2022, seriam ainda mais limitadas. Em um cenário que começa a ser disputado desde já com duas figuras de peso de olho no território livre que se tornou o Planalto Norte sem representantes em Brasília e Florianópolis, a mudança foi radical. Carlos Chiodini (MDB), deputado federal que buscará a reeleição em 2022, e Valdir Cobalchini (MDB), deputado estadual que vai buscar uma vaga em Brasília, devem estar refazendo os planos.
Se Norma completar o mandato, seu poder de influência aumenta consideravelmente e ela tem autoridade para dar as cartas na região. O nome que ela apontar para apoiar como candidato a deputado estadual começa muito bem. Beto Passos (PSD), que almeja o cargo, sabe disso e já sinalizou estar disposto a conversar. Terá, no entanto, de se alinhar não só a Norma, mas a Carmen Zanotto, que deve independente de qualquer coisa voltar ao Congresso seis meses antes da eleição para disputar uma vaga no Senado; e a Jorginho Mello (PL), que pretende disputar o Governo de Santa Catarina. Nada desconfortável a Passos que, no entanto, teria de deixar de lado seu aliado de anos, Darci de Mattos (PSD). Quem é aliado de primeira hora de Mello é o vice-prefeito Renato Pike (PL), nome também cotado para a disputa. Se Passos decidir recuar do plano, Pike iria para a disputa de bom grado, como já o fez em 2018. Passos, dessa forma, no entanto, estaria selando seu destino já que em 2024 não pode ir a reeleição.
Independente dos arranjos de bastidores, a posse de Norma, além de histórica, é um presente que caiu no colo do Planalto Norte, oportunidade de se manter em Brasília e voltar a Florianópolis que não pode ser desperdiçada em nome de vaidades pessoais.
MDB
Se a posse de Norma atrapalha os planos de Chiodini e Cobalchini na região, o MDB local também precisa fazer uma reflexão. Em 2018 Leoberto Weinert tirou votos de Renato Pike e vice-versa. Na somatória, no entanto, Pike precisava de menos votos para ser eleito. Bastava uma sinalização entre os dois para que hoje o Planalto Norte tivesse sua cadeira na Assembleia. Não teve e deu no que deu.
OI, SUMIDA
Prefeito Beto Passos ficou sabendo na quinta à noite que Norma já tinha voltado de Brasília. Garantiu que vai chamá-la para conversar.
ESTAMOS AQUI
Os vereadores de oposição Juliana Maciel (PSDB), Marcos Homer (Podemos), Tatiane Carvalho (MDB) e Zenilda Lemos (MDB) apresentaram documentos que receberam do Hospital Santa Cruz de Canoinhas com informações sobre os repasses de recurso Federal, Estadual e Municipal ao hospital, para o combate à covid-19.
Na live exibida nesta semana os parlamentares falaram ainda sobre o tomógrafo comprado pelo Governo do Estado para o Hospital e o projeto de Lei que obriga o município a divulgar a lista com as pessoas que já receberam a vacina contra a covid-19, nos mesmos moldes que vários municípios já vêm fazendo.
“A covid-19 salvou o Hospital Santa Cruz”
análise do ex-deputado Antonio Aguiar sobre os recursos extras enviados pelo Governo Federal para combater o coronavírus
TACS
A direção do Serviço Autônomo de Água e Saneamento de Três Barras (Samasa) teve acordo via termo de ajustamento de conduta (TAC) por descumprir a lei de acesso a informação executado nesta semana. Foram duas ações denunciando a falta de informações. Como eles não cumpriram nenhum dos dois TACs terão de pagar multa que passa R$ 2 milhões. Cabe recurso.
SCHIEFLER

O juiz catarinense Márcio Schiefler Fontes, conselheiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) que atuou como juiz de comarca por dois anos e meio em Canoinhas, foi designado pelo ministro André Mendonça como novo presidente do órgão, principal colegiado do Ministério da Justiça e Segurança Pública e responsável por assessorar tecnicamente a pasta na formulação da política criminal e de administração da Justiça. Diversos temas relacionados à segurança pública e ao sistema prisional compõem a pauta regular das comissões e do plenário.
Com sede no Palácio da Justiça, em Brasília-DF, e mais antigo conselho da República em contínuo funcionamento, o CNPCP é composto de 13 conselheiros titulares entre magistrados, membros do Ministério Público, advogados, professores e profissionais do sistema de Justiça.
“Ele não olhou para o lado de alguns partidos que poderiam ajudar individualmente, como os deputados independentes”
do senador Jorginho Mello (PL), avaliando o afastamento de Carlos Moisés (PSL)
FICA AÍ
Acusado de ser o autor intelectual do assassinato de um advogado, o ex-prefeito de Xaxim, Cezar Gastão Fonini, teve prisão preventiva confirmada pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), em matéria sob a relatoria do desembargador Luiz Antônio Zanini Fornerolli.
O médico e ex-prefeito, com 67 anos de idade, foi pronunciado pelos crimes de associação criminosa e homicídio triplamente qualificado. Ele teve negada a liberdade por ser de família influente na região, com possibilidade de constranger as testemunhas, e também porque não apresentou provas de que pertence ao grupo de risco da covid-19 e pela gravidade do crime.
SPUTNIK V
Uma cautelar do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) determina que a Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) só finalize a compra de vacinas Sputnik V se houver garantias jurídicas de que o pagamento será feito após o recebimento das doses, e a confirmação de que o imunizante poderá ser usado pelos catarinenses. A medida vem na esteira do escândalo dos respiradores, que levou ao afastamento do governador Carlos Moisés (PSL) em um processo de impeachment.
R$ 2,3 milhões
foi quanto custou as férias de Jair Bolsonaro em Santa Catarina e São Paulo