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Por que o INSS de Canoinhas não tem médico perito?

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Esta é uma coluna de opinião. Aqui você vai encontrar notas sobre bastidores da política regional e estadual, além de artigos que expressam a opinião do colunista.

Política de governo é não contratar para que parem de procurar a agência

ESTRATÉGIA

COLUNA DE DOMINGO O drama dos canoinhenses que buscam atendimento de perícia médica no INSS de Canoinhas parece longe do fim. A audiência pública ocorrida na sexta-feira, 19, porém, foi reveladora. A assistente social do INSS e diretora de Formação Sindical e Estudos Socioeconômicos do Sindicato dos Previdenciários de Santa Catarina, Alessandra Couto, falou o que todo mundo sabe, mas que em uma cidade essencialmente bolsonarista fica difícil comentar.

Criar um aplicativo complicado, um 135 que demanda de meia hora pra cima do tempo do paciente/segurado e não contratar médico perito é uma “estratégia de governo”, afirma Alessandra.

Canoinhas não tem médico perito desde 2017, mas o problema inicial era que a agência do INSS tinha uma médica perita, mas atestado de um colega a impedia de trabalhar no setor para o qual concursou. Ela dizia ter desenvolvido síndrome do pânico por causa de segurados mal educados que a xingavam na rua e dentro da agência. Não justifica a falta de médico, mas era a explicação que o governo anterior dava. Pois bem, no ano passado essa médica foi transferida para São Bento do Sul, logo, oficialmente, Canoinhas ficou sem médico perito. O que o governo fez? Nada. Dessa forma, assim como já acontecia, os segurados de Canoinhas e cidades limítrofes continuam buscando atendimento pericial em cidades vizinhas como justamente São Bento do Sul. Não tem carro nem dinheiro para o ônibus? Vire-se, já que nem o Município pode ajudar fornecendo transporte por exemplo. A lei não deixa.

Quando Alessandra fala em “estratégia de governo” ela mesma contextualiza lembrando ser este o governo do desinchamento da máquina pública. Desinchar setores ociosos ou desnecessários (coisa que não se viu nesse governo), tudo bem, mas não contratar médico perito (não houve concurso nesse governo) é dar um belo “tô nem aí” para o cidadão. Mais de 22,6 mil cargos estão desocupados em agências da Previdência Social por todo o Brasil.  Segundo informações transmitidas pelo próprio Instituto, foram perdidos mais de 500 servidores em apenas cinco meses. Os dados são do Sistema Siape da área técnica da Diretoria de Gestão de Pessoas e Administração da autarquia. E tem mais: o número de aposentados só cresce. No ano que vem, de cada quatro servidores, um se aposenta.

A falta de médico perito por falta de concurso encontra paralelo na Polícia Rodoviária Federal, que também nos afeta, já que o posto de Canoinhas está há quase um ano sem policial responsável. Neste caso, pelo menos, uma nova turma de concursados devem começar a trabalhar no ano que vem.