Previsão é de que audiências prossigam pelas duas próximas semanas
A retomada das audiências relacionadas a operação Et Pater Filium nesta sexta-feira, 2, se concentrou em depoimentos dos policiais que trabalharam na operação. Com poucas novidades, os depoimentos seguiram o que já foi publicado da denúncia escrita. Os depoimentos seguiram a tônica do primeiro a depor, o delegado que esteve à frente da investigação, Wellington Marlon Bosse. Esta fase investiga fraudes nos contratos e licitações para o transporte escolar em Canoinhas durante o governo Beto Passos e Renato Pike.
Bosse disse que havia um relacionamento muito próximo entre Pike e policiais militares. “Nossas viaturas eram monitoradas. Havia fotos de nossas viaturas em grupos de policiais. A sétima fase da Et Pater Filium foi adiantada em razão desse temor, de todo o nosso trabalho se perder”, disse.
Ele detalhou como a Polícia Civil fez o monitoramento dos trajetos dos ônibus escolares para concluir que havia superfaturamento. “Beto Passos recebeu propina, mas quem estava à frente (do esquema) era (Renato) Pike”, afirmou. Passos confessou ter recebido propina da Transportes e Fretamentos Santa Cruz. Os proprietários da empresa também confessaram ter pagado propina. Pike nega qualquer culpa e se recusa a depor.
O único réu presente na sala de audiência era Adoniram Gurtinski Fernandes, sobrinho de Pike. Seu advogado, Osvaldino Nunes, questionou qual a participação de seu cliente no suposto esquema. “Ele tinha um papel muito importante no esquema. Boa parte da movimentação financeira era coordenada pelo Adoniran. Função muito importante dados os laços com Renato Pike”, falou o delegado. Ele mencionou Sidnei Teles, falecido na semana passada, como a pessoa que era usada por Pike como laranja. “Adoniran também (era laranja). Havia movimentação vultosa nas contas de Sidnei, que vivia praticamente na miséria. Era usado pelo Pike e pelo Adoniran. Era uma pessoa muito simples mesmo. Era uma operação muito simples de lavagem de dinheiro”, classificou o delegado.
PRÓXIMOS DIAS
Na próxima semana, 52 testemunhas estão arroladas para serem ouvidas. Somente na semana que começa em 12 de agosto é que os réus serão ouvidos.