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Os erros e acertos de Juliana Maciel Hoppe

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Esta é uma coluna de opinião. Aqui você vai encontrar notas sobre bastidores da política regional e estadual, além de artigos que expressam a opinião do colunista.

Prefeita de Canoinhas tem caminho incerto para as eleições do ano que vem

UM LEÃO POR DIA

COLUNA DE DOMINGO Juliana Maciel Hoppe (PSDB) tem um árduo caminho na busca pela reeleição em 2024. A menos de um ano da eleição, ela deu uma tacada certa ao buscar filiação no partido do governador, o PL, mas errou feio ao não começar essa articulação nas bases do partido em Canoinhas. Como bem demonstrou o presidente do partido, Cel Mario Erzinger, tem muita gente dentro do partido descontente. Juliana sabe que militância é fator decisivo em uma eleição e que precisa reverter sua imagem dentro do diretório municipal do partido porque só a bênção de Jorginho Mello não basta.

Dessa forma, Juliana estende para o próprio partido ao qual pretende se filiar sua falta de habilidade em lidar com a Câmara de Vereadores, que se tornou sua principal fonte de dor de cabeça ao criticá-la dia sim e dia também, inclusive com vereadores do PL.

Já escrevi aqui e não deixo de ressalvar duas questões importantes em relação a como o eleitorado vê Juliana. Essas ressalvas são importantes sob risco de incorrer em um julgamento desproporcional. O primeiro fator é ela ser mulher. Parece algo absurdo, mas isso pesa, sim, tanto para o eleitorado quanto para a classe política. A misoginia, acreditem, vem em boa parte de eleitoras. A política é um mundo iminentemente masculino e eleições, via de regra, tendem a ser definidas em bate papos em saunas masculinas, clubes e jogos de futebol. Via de regra o eleitor vai para a urna condicionado por decisões tomadas a portas fechadas e nem se dá conta disso. Some-se a isso o preconceito intrínseco (e oportunamente negado) em relação às mulheres na política e temos um desafio gigante a Juliana, a primeira mulher prefeita da história de Canoinhas, o que, creio eu, tenha sido resultado da forma habilidosa como ela soube se apropriar dos frutos da Et Pater Filium.

A aprovação do empréstimo de R$ 30 milhões e o dinheiro já liberado por Mello para a compra de maquinário, se bem usados e, principalmente, com obras bem executadas, pode ser o grande trunfo da prefeita. Ajuda em uma eleição de forma substancial. Já é um clássico gestores deixarem para investir em obras no último ano de governo e, dessa forma, conquistarem a reeleição. No caso de Juliana, o fato de ter só dois anos de mandato muito lhe convém já que tem justificativa para se explicar a quem acusá-la de fazer “obras eleitoreiras”. Além de estar a menos de um ano no governo, enfrenta uma das maiores enchentes da história de Canoinhas.

Vejo Juliana como uma política ambiciosa e esforçada, ciente de suas fragilidades, mas que erra ao mascará-las. O eleitorado gosta muito de sentir verdade nas palavras e atitudes dos gestores. O que ela acha que a diminui pode surtir o efeito justamente contrário no eleitorado. Seja arrogância, prepotência ou falta de habilidade (acho que este terceiro é o termo certo), o que a afasta dos vereadores precisa ser tratado com urgência se ela quer ter futuro na política. Nenhum prefeito pode ir bem tendo mais da metade da Câmara contra ele. Essa é a urgência que ela tem de tratar. Depois dos efeitos da enchente, claro.