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Santa Catarina é muito maior do que um ou outro candidato a presidência da República

Depois de uma pré-campanha já bem movimentada, enfim na terça-feira, 16, oficialmente o Brasil entrou no período eleitoral de 2022. Daqui a pouco mais de 40 dias centenas de milhões de brasileiros vão às urnas para escolher aqueles que irão representá-los pelos próximos 4 anos.

Foi nessa semana que também ocorreram os dois primeiros debates, já no período eleitoral, entre os candidatos ao cargo de governador de Santa Catarina. O primeiro foi realizado pelo Grupo NSC, transmitido pelo portal NSC Total e pelas rádios CBN Florianópolis e Joinville. Já na quarta-feira, a sede do Grupo ND recebeu 8 dos 10 candidatos a ocupar a Casa D’Agronômica.

Se observarmos esses dois encontros podemos perceber alguns pontos em específico que, é claro, podem se alterar no decorrer da corrida eleitoral, mas que nesse momento se sobressaem.

A primeira questão é o nítido isolamento de Décio Lima (PT) dos outros candidatos. Esse ponto fica claro quando observa-se os momentos dos debates em que o candidato inúmeras vezes cita que ele é o único entre os pretendentes ao cargo de governador a apoiar Lula ao cargo de presidente da República.

Ao fazer isso, Décio acaba por tornar a sua fala em apenas um espaço para lembrar da corrida presidencial. O candidato petista foi deixando de lado, pelo menos no início da campanha, o fato principal, que é a disputa pelo cargo de governador do estado de Santa Catarina.

Do outro lado tivemos também alguns pontos que precisam ser apresentados. O candidato do PROS, Ralf Zimmer, mostrou-se entre todos ser o mais questionador, foi ele que inúmeras vezes deixou o espaço mais acalorado politicamente.

Jorge Boeira, do PDT, e Odair Tramontin, do Novo, para muitos catarinenses são quase que meros figurantes. Ainda é preciso mais algumas cartadas das eleições para que os eleitores possam entender quem são os candidatos.

Agora dentre todos os presentes, quatro nomes se sobressaíram nos debates. Gean Loureiro (União Brasil), ex-prefeito da capital Florianópolis, utilizou-se do seu trabalho realizado nos últimos anos, para dar um aperitivo daquilo que irá realizar se eleito for. Porém, é importante lembrar algo que já discutimos em uma de nossas colunas por aqui.

Se para a vice-governadora e hoje candidata a deputada federal, Daniela Reinehr (PL), Santa Catarina é muito maior do que apenas a região de Chapecó. Para Loureiro, as próximas semanas devem ser de muito trabalho no Estado, para que os catarinenses entendam que ele deseja governar o Estado todo e não apenas a capital.

Agora a gente entra em um assunto deverás complexo: o apoio de Jair Bolsonaro. O primeiro nome que já aparece de cara, é o do senador Jorginho Mello, do mesmo partido do presidente, o PL.

O senador, ferrenho defensor das pautas bolsonaristas, trabalha em um formato quase que parecido com o de Lima. E sim, essa comparação é legítima e pode soar um tanto quanto engraçada. O candidato do P, precisa entender que a campanha é aqui no Estado, Estado esse que no governo Bolsonaro recebeu muito menos dinheiro do que enviou aos cofres federais.

O segundo é um velho conhecido dos catarinenses, já foi governador, prefeito da capital, deputado federal e hoje ocupa uma cadeira de senador. Estamos falando, é claro, de Esperidão Amim (Progressistas). O caso de Amim é um pouco mais emblemático, ele é defensor das pautas bolsonaristas, é apoiador do presidente, mas dificilmente terá o apoio presencial do candidato a reeleição na hora da campanha.

É claro que não podemos encerrar essa coluna sem citar Carlos Moisés (Republicanos), que busca a reeleição. O atual governador se sobressai sobre os demais por dois pontos bem específicos, que também já tratamos por aqui. O primeiro é o amplo apoio dos prefeitos, inclusive dos tucanos, o que dificulta a vida de Esperidião Amim.

Já a segunda questão, é o Plano 1000, que tornou-se um dos principais cartões de visitas ao hoje candidato para todos os catarinenses, que em muitos casos nunca tinham recebido a visita de um governador em seu município.

Porém, Moisés ainda fica em cima do muro em uma questão bem importante: para qual lado ele está? Que ele largou o bolsonarismo, inclusive na hora certa, isso todos nós já sabemos. Porém, quando abordado pelos outros candidatos, o atual governador parece estar meio perdido e fica tentando se esquivar, lembrando sempre que o Estado colocou dinheiro do próprio bolso em obras de rodovias federais que por aqui passam.

Já nessa próxima terça-feira teremos mais um debate, esse realizado pela Acaert, a Associação Catarinense de Rádio e Televisão, e as coisas podem começar a mudar de figura e de construção. Porém, não posso deixar de encerrar essa coluna sem citar um ponto que chamou a atenção no debate realizado pelo Grupo ND.

Quando colocados frente a frente Décio Lima e Jorginho Mello, confrontados sobre a cultura estadual que é riquíssima, eles se resumiram a defender apenas o que Lula e Bolsonaro realizaram. Santa Catarina é muito maior do que um ou outro candidato a presidência da República. Ao final de tudo isso, o colega Upiara Boschi estava correto ao afirmar que o “Debate do Grupo ND […] teve formato mais dinâmico do que seus participantes”.

A seguir as cenas dos próximos capítulos.