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O que esperar da nova composição da Assembleia catarinense?

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Esta é uma coluna de opinião. Aqui você vai encontrar notas sobre bastidores da política regional e estadual, além de artigos que expressam a opinião do colunista.

Ascensão dos deputados de extrema direita pouco representou na composição da mesa diretora

COLUNA DE DOMINGO Empossados os 40 deputados estaduais eleitos para a legislatura 2023 – 2026, já é possível imaginar o que se pode esperar da atual legislatura. O PL de Jair Bolsonaro ocupa pouco mais de um quarto das vagas, com destaque para Ana Campagnolo, a recordista de votos. Como destaquei na coluna de quinta-feira, 2, esse prestígio nas urnas não se repetiu na eleição da mesa diretora da Alesc. Ana foi escanteada pelo deputado canoinhense Mauricio Eskudlark (PL) na disputa pela vice-presidência da Casa. Do mesmo partido e com bem menos votos que Campagnolo, Eskudlark ganhou pontos pelo poder moderador.

O MDB, com a segunda maior bancada, tem quase metade das cadeiras do PL. São seis deputados. Só esses dois partidos já dão uma boa análise.

O MDB, historicamente, sempre esteve do lado do poder, esteja ele com quem estiver. Foi assim, claro, desde que o finado Luiz Henrique da Silveira formou a polialiança, que eclipsou várias siglas e que funcionou muito bem até o fenômeno Carlos Moisés acontecer e bagunçar toda a política catarinense. Moisés ganhou, todos sabem, por influência de Jair Bolsonaro. Perdeu a eleição passada pelo mesmo motivo (bolsonaristas têm convicção de que ele é um traidor).

Moisés foi, mas quem de fato representa e sempre representou Bolsonaro em Santa Catarina são seus deputados, com notório destaque a Campagnolo, Jessé Lopes e Sargento Lima, todos reeleitos. O barulho que fazem, sendo bastante hostis aos seus colegas, tem um preço, e este é justamente ficar de fora da mesa diretora, a princípio.

No governo Moisés eles tiveram pouco espaço e diálogo. Usaram as redes sociais para difamar o ex-governador e foram bem-sucedidos. Agora, eles têm um governador aliado. Jorginho Mello não tem perfil extremista, mas sabe que foi eleito como o governador do Bolsonaro. Se não der espaço aos bolsonarismo raiz tende a cair em desgraça.

Embora estocado pela imprensa e artistas por ter indicado o filósofo bolsonarista Rafael Nogueira como presidente da Fundação Cultural de SC (FCC), Mello somou pontos com os admiradores do presidente. Por óbvio, com os deputados de extrema direita. É só uma palhinha do que pode ser seu governo, uma espécie de morde e assopra para agradar a gregos e troianos. Contudo, no frigir dos ovos, ele tende a dar vez e voz aos aliados do ex-presidente.