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O Planalto Norte a quilômetros de distância da Alesc

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O fato é que nada altera-se da noite para o dia

Uma semana atrás os brasileiros estavam nas urnas para escolher aqueles que irão representá-los pelos próximos quatro anos. E quando o assunto é representatividade, Santa Catarina vive um momento deveras complexo.

Na coluna de hoje vamos nos debruçar sobre uma situação envolvendo a representatividade política dentro da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, a Alesc. Ou melhor dizendo, a falta dela.

O plenário da casa de leis catarinense comporta 40 parlamentares, que segundo as regras do jogo democrático devem representar toda a população, seus eleitores ou não. Porém, em se tratando de planalto norte,  a Alesc passa longe de ser representativa.

A representatividade política da região sempre vem a tona quando as eleições se aproximam, porém parece que o assunto vive apenas em ciclos, os quais nunca mudam.

No pleito do domingo passado a região possuía grande número de candidatos a uma cadeira dentro da Alesc, porém novamente ela passou longe de conseguir sequer um único assento dentro da casa de leis. Isso mostra um pouco de como os municípios que compreendem a Amplanorte, são vistos por todo o resto do Estado.

Para que a gente não se prolongue muito, vamos usar como exemplo Porto União. O município tinha duas mulheres concorrendo a uma vaga na Alesc, Mari Schor, do União Brasil, e Suelen Geremia, do MDB. Nenhuma delas conseguiu votação expressiva para sequer chegar a conseguir uma suplência.

E isso não é novo no município que durante muitos anos foi considerado o final de Santa Catarina. É algo que ocorre em todas as eleições. Os candidatos locais servem apenas de cabeça para que os de fora, os nomes fortes dos partidos, consigam maioria no quociente e se elejam.

Muitos podem falar que isso já é um assunto batido, mas não é. A falta de um representante direto da região dentro da Alesc faz com que muitas vezes os municípios que pertencem a Amplanorte pareçam viver nos tempos da Guerra do Contestado, quando o assunto são presença política, verbas e assistencialismo.

É claro que pode-se perguntar o que poderia estar sendo realizado para que isso mude. O fato é que nada altera-se da noite para o dia. Ao meu ver, o planalto norte catarinense tem quatro anos para aprender algumas coisas importantes.

O primeiro diz respeito aos eleitores. Estes devem entender a importância de se escolher aqueles que estão nas cadeiras do legislativo, falo  isso pois novamente Porto União entregou para inúmeros candidatos a deputado estadual, apenas um único voto. Para comprovar isso, basta olhar o site do TRE – SC, lá está novamente escancarado o “descaso” que alguns eleitores têm com uma escolha tão importante, como a do legislativo.

Já o segundo ponto, diz respeito a candidatos e prefeitos dos municípios da região. Um agrupamento de cidades que há anos depende de apadrinhamento de legisladores de outras regiões do Estado, lançar tantas candidaturas é de um equívoco gigantesco. Para os próximos pleitos, por que não lançar uma “frente ampla”, uma união de nomes que possa enfim representar todos os municípios?

Para exemplificar isso, atravesso os trilhos e vou para o Paraná. Hussein Bakri é ex-prefeito de União da Vitória. No dia 2, foi reeleito ao cargo de deputado estadual, com expressivos 97 mil votos. Para conseguir tudo isso, Bakri trabalhou bastante em todos os municípios que compõem a região sul parananense.

Voltando a Santa Catarina, é preciso que junto dessa intenção de uma junção de nomes, os prefeitos locais trabalhem em conjunto. É claro que alguns deputados adotaram a região na destinação de verbas. Isso é verdade. Porém, para uma região que um dia já foi tão próspera no Estado, viver nas dependências dos outros para conseguir ter algo no meio político, é penoso.

  Pela frente temos quatro anos, e que nesse período os nomes que disputaram a Alesc pela região possam refletir, e quem sabe trabalhar em conjunto, para que um dia a situação se altere.

Antes de encerrar essa coluna, é importante lembrar a todos, que o assunto não pode vir a tona apenas quando a água já estiver batendo na cintura. Pois um abandono de anos, não se resolve em um estalar de dedos.