Eddie Redmayne esbanja talento na série da Disney+
O DIA DO CHACAL
Na lista das melhores séries de 2024, postada aqui na coluna, cometemos uma grande injustiça. Como caiu no limbo entre o fim do ano passado e o começo de 2025, O Dia do Chacal acabou sendo prejudicado, mas certamente a série do Disney+ merece um lugar de destaque, entre as cinco melhores do ano passado. Quem sabe uma menção honrosa ajude a reparar essa falha.
É impressionante como, apesar dos dez episódios de uma hora cada, a história, em nenhum momento, caia na monotonia. Até mesmo os conflitos de Bianca (a ótima Lashana Lynch) com a filha e o marido, que não suportam sua dedicação obsessiva pela profissão, são chatos. Passam rápido.
Bianca é uma policial da inteligência britânica exemplar que se sente desafiada pelo chacal, um ex-militar do exército inglês que muda de lado e se torna um assassino de aluguel. Ao assassinar um iminente político, chama a atenção do mundo para sua audácia. Inexplicavelmente, ele consegue cometer o crime a quilômetros de distância, graças a um armamento revolucionário e sua frieza e precisão impressionantes.
Ao longo dos dez episódios acompanhamos a caça de gato e rato que se estabelece entre os dois. O que poderia parecer previsível, contudo, surpreende a todo o momento, como quando o chacal, em uma interpretação inspirada de Eddie Redmayne, renuncia a sua suposta heterossexualidade em benefício de seu plano para assassinar um magnata das big techs que vem incomodando uma galera da pesada. Há, ainda, a relação do chacal com a família da esposa, a quem ama incondicionalmente, mas que começa a desconfiar da dupla vida do marido, que a deixa em uma espetacular vila na Espanha para cometer assassinatos em nome do dinheiro. Para um profissional do gabarito dele, aliás, rola muito dinheiro.
Sei que pode parecer mais do mesmo quando se lê a sinopse bruta de O Dia do Chacal. Mas, garanto, dentro desse gabarito tantas vezes utilizado no cinema e na televisão, há muita criatividade e surpresas. Vale cada minuto.