sábado, 19

de

abril

de

2025

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Noite de poemas e sonhos

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Poetas andam ao nosso lado e não os reconhecemos

Poesias sempre encantam inquietos espíritos que pelo orbe perambulam em busca de um místico superior para embalar suas turbulentas noites.

Poetas andam ao nosso lado e não os reconhecemos. Embora diáfanos vestem as mesmas roupas carnais que vestem todos os viventes.

E foi em uma noite muito especial promovida pela Academia de Letras do Brasil – Canoinhas que se sentaram ao nosso lado alguns poetas da cidade atingindo-nos no mais fundo de nosso âmago.

E foi em um Sarau que a Academia de Letras do Brasil – Canoinhas realizou sua última atividade voltada ao público neste feliz ano de 2024.

Como da vez primeira o evento foi realizado no Museu Alvanir Vieira, mantido pela Fundação Cultural “Helmy Wendt Mayer”, acolhendo integrantes e amigos da ALB – Canoinhas em um esplêndido Sarau Literomusical.

O deslumbramento veio em doses crescentes de euforia e encantamento.

Ouvimos e vimos a emoção na voz e nos gestos da senhora Irene Bedretchuk que declamou, de sua lavra, a poesia Ecologia. Ei-la:

Que bom seria

se toda a humanidade atual vivente

soubesse respeitar

o meio ambiente,

a fauna, a flora, beleza sem par.

Que belo mundo Deus fez

o nosso dever é preservar.

Os mares, os rios, as cachoeiras,

as árvores grandes e as pequenas touceiras

as ervas que servem de remédio

e aliviam o tédio.

Os pássaros também

voando no além.

As flores multicores e o perfume do branco jasmim

que se transformam em poema e caem sobre mim.

A natureza protesta

quando o homem destrói a floresta

Que belo mundo Deus fez

e para a humanidade, com muito carinho

de graça tudo entregou.

Porém um dia uma árvore foi derrubada.

Foi beneficiada e transformada em cruz

E foi entregue aos braços de Jesus.


A professora de arte Márcia Strapazzon Bastos foi mais uma das surpresas da noite. Amante da literatura, e em especial da poesia, vem escrevendo as suas há muito tempo já.

Brindou-nos com o soneto Em ti!, de sua autoria:

Minha alma, de sonhar-te anda perdida,

meus olhos, andam cegos de te ver;

não és sequer razão do meu viver,

pois que tu és, já toda minha vida!

Não vejo nada, assim enlouquecida,

passo no mundo, meu amor, a ler

no misterioso livro do teu ser,

a mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa…

quando me dizem isso, toda a graça,

de uma boca divina, que fala em mim!

E olhos postos em ti, digo de rastros:

— Ah! Podem voar mundos, morrer astros,

que tu és como um deus: princípio e fim.

O versátil Reinaldo Bockor, outra surpresa poética da cidade, brindou-nos com o filosófico poema Vértebra de Luz.

Num tempo sem nome, sem cor, sem medida,

onde o tudo é promessa e a chama é contida,

nasce uma luz oculta e exata,

uma nota nas veias que o infinito retrata.

É o alento de quem, na espera, renasce,

no silêncio que vibra e jamais desfalece,

como estrela que, em segredo, anuncia

seu brilho guardado na noite sombria.

Caminhamos no fio da brisa e do sonho,

em passos que tecem um mundo risonho,

cada queda uma prece, sutil ascensão,

na dança de sombras e de criação.

Há em nós uma eternidade escondida,

um eco que pulsa, uma chama contida,

que arde nas marés, paciente e serena,

sabendo que o fim é um começo, uma cena.

Então, ergue o coração ao mistério e à paz,

à força invisível que tudo refaz,

pois somos sopros em luz e magia,

esperança e sol, eternidade e poesia.

****

Ao findá-la pede licença ao público para falar de sua avó que fora uma grande trovadora –repentista. E dela apresentou-nos uma trova antiga que guarda em sua memória.

Maria Clara Barbosa Arendarchuk soltou sua voz e nos encantou interpretando várias músicas do cancioneiro popular brasileiro.

Os membros da ALB– Canoinhas também apresentaram suas obras literárias.

O poeta, teatrólogo e escritor Acadêmico Andreas Costenaro apresentou as poesias Desejo e Uma Observação, que fazem parte de seus livros. E ainda nos brindou com uma humorística história real levando os presentes à gargalhadas intermináveis.

O poeta Acadêmico Dione Grein da Cruz leu seu impressionante poema Inigualável.

 O acadêmico escritor Pedro Penteado do Prado prestou uma homenagem ao nosso Confrade Fernando Tokarski ao apresentar a ode Não há ninguém mais, por ele escrita em19 de novembro de 1979.

A Acadêmica Jéssica Hoppe, com impressionante verve, foi a apresentadora e animadora da noite e ainda nos presenteou com a leitura de um instigante trecho de seu livro Farazzi – entre a luz e a escuridão.

Um Inesquecível Natal, foi um texto meu que li.

Que outras noites como esta possam lotar as dependências do Museu Alvanir Vieira, a nossa casa de cultura e luz.

Já está programado para antes que finde o verão do próximo ano o primeiro Sarau Literomusical. Venham cantar, tocar, ler seus textos ou declamar seus poemas no dia 9 de março de 2025. Até lá!