Pelo menos 170 canoinhenses morreram durante este período; 2021 foi o ano mais crítico
Há cinco anos, o mundo foi surpreendido pela pandemia de covid-19 e Canoinhas, assim como tantas outras cidades, sentiu os impactos dessa crise global. Durante esse período desafiador, pelo menos 170 canoinhenses perderam a vida, e 2021 foi, sem dúvida, o ano mais crítico. O JMais preparou um especial, que você confere no player acima.
Em março de 2020, nossa equipe começou a acompanhar de perto as preocupações das autoridades de Saúde sobre o novo coronavírus, que emergiu na China em dezembro de 2019. Embora Canoinhas e a maioria dos municípios vizinhos ainda não tivessem registrado casos, a notícia da pandemia se espalhou rapidamente. Em uma corrida frenética, as farmácias esgotaram seu estoque de álcool gel e longas filas se formaram nos mercados e postos de gasolina. O Hospital Santa Cruz de Canoinhas rapidamente adotou medidas de prevenção, e um decreto municipal foi emitido, suspendendo aulas e proibindo aglomerações. O comércio foi fechado, exceto o setor industrial, que continuou em funcionamento.
À medida que os meses passaram, as restrições foram sendo afrouxadas, mas o vírus se espalhou de forma voraz, ceifando 22 vidas no primeiro ano da pandemia. O coronavírus se mostrou mais letal que doenças como câncer e problemas cardíacos, que até então dominavam as principais causas de morte no mundo. No início de abril de 2020, Papanduva registrou os dois primeiros casos na região, seguidos por Mafra e Itaiópolis.
O cenário se agravou rapidamente, e em maio, Canoinhas começou a contabilizar seus primeiros casos também, em meio a um clima de incerteza e medo.
Com a ausência de vacinas, Canoinhas e Três Barras iniciaram testagens em massa e a utilização de máscaras se tornou obrigatória. Entre novembro e dezembro de 2020, a situação se tornou crítica na região, com a UTI do Hospital Santa Cruz atingindo sua capacidade máxima e Mafra registrando 41 casos em um único dia. O toque de recolher foi decretado em todo o estado para tentar conter a transmissão.
2021: O ANO MAIS DIFÍCIL

O ano de 2021 se destacou como o mais devastador, com dez cidades do Planalto Norte contabilizando 604 mortes por coronavírus desde o início da pandemia. Somente naquele ano, 500 vidas foram perdidas na região. Histórias tristes marcaram esse período: em Canoinhas, uma mãe faleceu apenas três dias após a morte do filho, e em Três Barras, mãe e filha se foram em um espaço de apenas nove dias. As UTIs estavam lotadas, e filas se formavam à espera de leitos. Para conscientizar a população, o Portal JMais gravou um vídeo mostrando a realidade enfrentada no Hospital Santa Cruz.
A esperança, no entanto, começou a surgir em fevereiro de 2021, com o início da vacinação dos profissionais de saúde. Logo depois, idosos também começaram a ser vacinados, e uma mobilização das secretarias de saúde garantiu que, até dezembro, mais de 193 mil pessoas na região recebessem a primeira dose, com quase 150 mil completando a imunização.

Durante a pandemia, mais de 30 mil pessoas foram infectadas na região, representando cerca de 12,44% da população do Planalto Norte. A boa notícia é que, das 30 mil confirmadas, 29,5 mil conseguiram se recuperar.
O NOVO NORMAL E A ESPERANÇA RENOVADA
Em 2022, as aulas presenciais foram retomadas, mas Canoinhas ainda registrava 10 mil infectados e 161 mortes. A vacinação das crianças começou e, em março, o governador anunciou que o uso de máscaras não seria mais obrigatório em Santa Catarina. Apesar de Canoinhas ter revogado a obrigatoriedade das máscaras em julho, o município viu um aumento nos casos, levando a Secretaria Municipal de Saúde a emitir um alerta.
Em 2023, a pandemia ainda deixou suas marcas, com uma nova morte registrada em Canoinhas devido a complicações da covid-19, lembrando a todos nós da fragilidade da vida e da importância da prevenção.
A história da pandemia em Canoinhas é uma narrativa de luta e superação, e enquanto olhamos para o futuro, nunca é demais lembrar das lições que essa crise nos ensinou.