MPT registra 1574 casos de assédio eleitoral de patrões contra trabalhadores no segundo turno
O assédio eleitoral é crime e ocorre quando um empregador age para coagir, ameaçar ou promete benefícios para que alguém vote em determinado candidato.
Denúncias de assédio eleitoral podem ser registradas no site do Ministério Público do Trabalho (MPT), (mpt.mp.br), no botão Denuncie, ou pelo aplicativo “Pardal”, disponível para Android e iOS. A denúncia pode ser sigilosa.
Até esta sexta, 28, o MPT registrou 1574 casos de assédio eleitoral de patrões contra trabalhadores no segundo turno.
Em um dos casos recentes de assédio, funcionários da Rede Internacional de Televisão (RIT), emissora ligada à Igreja Internacional da Graça de Deus, de propriedade do pastor R. R. Soares, afirmaram que foram orientados a veicular conteúdos favoráveis a Bolsonaro na programação. Além disso, como revelou a Folha de S. Paulo, houve ameaças de perdas de postos de trabalho em caso de vitória lulista.
Em Minas Gerais, na cidade de Betim, funcionários de dois frigoríficos denunciaram que foram obrigados a usarem roupas verde-amarelas pelos donos das empresas, que ainda prometeram um pernil para cada um, caso seu candidato fosse eleito. De acordo com reportagem da TV Globo, após a denúncia ao MPT, os donos foram obrigados a divulgar uma retratação pública e podem receber multa de R$ 1 milhão caso descumpram o acordo.
No Rio Grande do Norte, 36 empresas, órgãos públicos e pessoas foram denunciados por algum tipo de assedio eleitoral, 29 investigações foram abertas, gerando 48 recomendações no Estado, de acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
“BRINCADEIRAS”
Outro caso que ganhou os holofotes foi o do parque Beto Carrero World, em Santa Catarina. Nas redes sociais, a administração do parque temático fez campanha aberta para Bolsonaro, oferecendo descontos para quem comparecesse ao local com camisas em verde e amarelo. Diante da repercussão, a equipe achou por bem fazer uma “piada”, dizendo que pessoas de camisas vermelhas também teriam direito ao tal desconto – desde que ficassem por lá entre as 8h e as 17h de domingo, 30, ou seja, se abstivessem de votar.
As denúncias se estenderam também a agentes públicos. A Folha de S.Paulo revelou que a Corregedoria-Geral da Polícia Federal está investigando suposta recusa de policiais escalados para realizar diligências que poderiam resultar na prisão de empresários bolsonaristas. Um dos casos aconteceu em Goiânia, onde um frigorífico ofereceu picanha a R$ 22 no dia da votação em primeiro turno, em alusão ao número de urna do PL, partido de Bolsonaro. O caso terminou em morte: uma mulher não sobreviveu após ser pressionada em meio ao tumulto.
Como faço para denunciar irregularidades no período eleitoral?
Denúncias de assédio eleitoral podem ser registradas no Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio do site mpt.mp.br, na aba Denuncie, ou pelo aplicativo “Pardal”, disponível para Android e iOS. A denúncia pode ser sigilosa.
Com informações do G1 e Brasil de Fato