Dados são do Núcleo de Educação e Prevenção às Violências na Escola (Nepre)
Em um cenário preocupante, Santa Catarina revelou, em 2024, um total impressionante de 7.335 registros de ocorrências em 831 unidades escolares, envolvendo diferentes formas de violência. A maior parte desses casos está ligada a problemas comportamentais e emocionais dos alunos. Os dados, coletados pelo Núcleo de Educação e Prevenção às Violências na Escola (Nepre), têm sido monitorados desde 2021 na rede estadual de ensino. Dentre as ocorrências, 6,41% envolveram algum tipo de arma, e em 12 casos, armas de fogo foram identificadas.
Focando na Regional de Educação de Canoinhas, foram contabilizadas 215 ocorrências em 19 escolas, envolvendo 323 agressores e 388 vítimas. Curiosamente, a maioria das situações (69,3%) aconteceu no período da manhã, uma tendência que se repete em todo o estado. Das 215 ocorrências, 172 já foram solucionadas, enquanto 43 ainda aguardam medidas na própria escola.
Dentre os casos registrados, oito (6,05%) envolveram armas, e 36 (16,74%) resultaram em algum tipo de lesão, sendo 26 superficiais, quatro não avaliáveis e duas consideradas graves. A violência física foi a mais recorrente, com 38 casos, seguida pela violência verbal (24 casos) e bullying (19 casos). As razões por trás dessas ocorrências são, em sua maioria, dificuldades comportamentais e emocionais (48 casos), intolerância interpessoal (15 casos) e consumo de drogas (12 casos).
As vítimas dessa situação alarmante são, em sua maioria, alunos (269), mas também incluem 36 professores e alguns pais e responsáveis. Os agressores, por sua vez, somam 248 alunos, 32 pais e responsáveis e 20 professores.
Dos 215 registros na Regional de Canoinhas no ano passado, impressionantes 97,21% ocorreram em áreas urbanas, enquanto apenas 2,79% foram registrados em zonas rurais. Esse padrão é quase o mesmo quando observamos o panorama estadual.
E o desafio não para por aí. Em 2025, Canoinhas já registrou 38 ocorrências desde o início do ano letivo, com seis delas envolvendo armas. Dentre esses casos, em 27 não houve lesões e em 11 ocorreram, a maioria superficial; apenas uma ocorrência não pôde ser avaliada.