Taxa de mortalidade por câncer de próstata é a segunda maior pela doença entre homens em SC
Dados presentes no informativo epidemiológico Barriga Verde, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado de Santa Catarina, apontam que o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer com a maior taxa de mortalidade entre os homens catarinenses. A primeira é o câncer de pulmão.
Em relação à taxa de mortalidade masculina em decorrência de qualquer tipo de câncer, os dados apontam que o Planalto Norte é a região do estado com o maior número de mortes registradas em decorrência da idade, em pessoas entre 50 e 69 anos, com 379,1 óbitos por 100 mil habitantes.
Quanto ao câncer de próstata, no entanto, de acordo com as estatísticas relacionadas ao período entre 2018 e 2022, foram 14,5 óbitos registrados para cada 100 mil habitantes em todo o Estado.
Os casos de câncer de próstata no Planalto Norte, por exemplo, ficam em segundo lugar com o maior número de diagnósticos no Estado, com um total de 20 registros por 100 mil habitantes. O primeiro lugar é do Meio Oeste catarinense, com 20,8 registros por 100 mil habitantes.
INTERNAÇÕES NO PLANALTO NORTE
Em relação ao Planalto Norte, especificamente, dados da plataforma DataSUS apontam que, entre os anos de 2019 a 2024, foram 440 internações em unidades de saúde pública relacionadas ao câncer de próstata. Somente neste ano, entre os meses de janeiro e agosto, foram 98 internações.
Os municípios de Mafra e Porto União foram os que contabilizaram os maiores números de internações, sendo 155 e 178, respectivamente, ao longo dos últimos cinco anos. Em Canoinhas, foram 39 internações e em Três Barras, 38.
Em 2024, os números de internações foram 48 em Mafra, 27 em Porto União, 10 em Três Barras, nove em Canoinhas, três em Major Vieira e uma em Papanduva.
Quanto ao número de óbitos na região, foram 34 mortes registradas entre 2019 e 2024, sendo nove em Canoinhas, quatro em Três Barras, uma em Mafra, 17 em Porto União, uma em Irineópolis e duas em Papanduva.
Major Vieira foi o único município da região que registrou internações, mas que não teve registros de óbitos durante o período, com 22 casos de pessoas que deram entrada em unidade do SUS para com alguma condição relacionada ao câncer de próstata.
NOVEMBRO AZUL
O mês de novembro é marcado pela campanha do Novembro Azul, que busca conscientizar homens em relação ao aspecto preventivo relacionado ao câncer de próstata.
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa cerca de 20 gramas, e se assemelha a uma castanha. Ela localiza-se abaixo da bexiga e sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma.
Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são dor óssea, dores ao urinar, vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina e/ou no sêmen.
A única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos.
De acordo com o médico urologista, dr César Nascimento Junior, além do câncer de próstata, há várias outras doenças relacionadas à saúde do homem que devem ser observadas não só durante o período do Novembro Azul, mas ao longo de todo o ano, como cálculos urinários, os problemas hormonais, a disfunção erétil, as infecções sexualmente transmissíveis, entre outras.
“Diferente das mulheres que, assim que começam a menstruar, procuram um ginecologista, os dados mostram que, no Brasil, dois terços dos homens até os 40 anos de idade não procuram um urologista e, destes homens, a maioria desconhece como prevenir as doenças em geral”, comentou Nascimento.
O especialista afirma ainda que, apesar da alta incidência do câncer de próstata, é um dos cânceres com maior taxa de cura, quando há um diagnóstico precoce. “Em geral, a partir dos 50 anos é importante que sejam realizados os exames preventivos, mas para quem tem histórico familiar da doença, a partir dos 45 anos”, destacou.
Com um diagnóstico precoce, segundo o urologista, são várias as possibilidades de tratamento a partir do perfil de cada paciente.