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abril

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Crime e Castigo e suas questões filosóficas

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Relações humanas demonstram a ideia de que a verdadeira redenção é sempre possível

Paulo Cesar Vachinski*

Você sabia que o livro Crime e Castigo de Fiódor Dostoievski, apresenta a história de Rodion Raskólhnikov, um ex-estudante que está em uma situação de extrema pobreza, e opta por cometer um crime para tentar melhorar sua situação?

O livro foi publicado pela primeira vez em 1866. O autor apresenta a história de um jovem que vive em São Petersburgo e que enfrenta dificuldades financeiras. Ele resolve elaborar um plano para assassinar uma agiota, julgando que isso resolveria seus problemas, e também faria “justiça social”.

Após Rodion Raskólhnikov cometer o crime, ele entra em um estado de paranoia profunda, enfrenta um conflito entre suas justificativas morais e filosóficas, e, muito reflete sobre o bem e o mal. Apesar dele ter planejado o crime, não refletiu sobre como seria o pós-crime, assim, a culpa, a tormenta, os delírios da mente, o arrependimento, e a consciência fazem parte de seu estado mental.

O autor consegue despertar no leitor a empatia com o personagem principal, apesar dele ser um anti-herói, ao explorar suas angústias, suas percepções morais e éticas, a luta entre a realidade cruel que enfrenta e suas convicções, revela a vulnerabilidade humana e a busca pela redenção em meio ao caos que seu psicológico se tornou.

Além de Rodion Raskólhnnikov, o livro apresenta personagens secundários importantes, como Sonia, uma jovem meretriz que auxilia Rodion demonstrando compaixão e compreensão, e temos Porfiry, o investigador que busca pela verdade e justiça, conduzindo a investigação do crime com uma abordagem psicológica.

O livro é marcado por uma transformação significativa de Rodion. Após todo o transtorno psicológico e processo de auto-reflexão que ele passou, ele reconhece o quão grave foi o ato que cometeu, e entende a necessidade de assumir a responsabilidade da consequência de seus atos.

O livro traz a mensagem de que, apesar do sofrimento ser consequência das ações, as pessoas podem encontrar um novo sentido na vida através do amor e da conexão com outras pessoas, como aconteceu com o personagem principal, a conexão com Sonia auxiliou ele a encontrar o novo sentido da vida. Essas relações humanas demonstram a ideia de que a verdadeira redenção é sempre possível.

A obra é centenária, e se tornou um clássico da literatura estrangeira, por ser um romance polifônico, isto é,  apresentando diferentes pontos de vista e vozes ao longo da narrativa, todos dentro da própria consciência do personagem. A leitura é indicado para amantes de literatura em geral, e não somente para estudantes de direito ou psicologia como muitos podem pensar.

Crime e Castigo foi escrito por Dostoievski, que formou-se como engenheiro, mas nunca atuou na área. Filho de pai médico, tornou-se tradutor e por questões políticas, sendo republicano, manifestava-se contra o czar, sendo, portanto, condenado à morte. Ainda no pelotão de fuzilamento sua pena de morte foi substituída por trabalhos pesados na Sibéria, por quatro anos. Foi nesse período que escreveu este livro.

*Paulo Cesar Vachinski, acadêmico do 3° período do curso de Direito UGV Canoinhas. Este texto foi supervisionado e orientado pela coordenadora e  professora Danielly Borguezan, na disciplina de Direito Processual Civil I