Há pelo menos três nomes dados com certos: Bolsonaro, Lula e Ciro
Se a eleição presidencial fosse hoje teríamos praticamente um replay dos três principais candidatos de 2018: A pouco menos de um ano das eleições 2022, Jair Bolsonaro (sem partido), Ciro Gomes (PDT) e Lula (PT, em 2018 representado por Fernando Haddad) são os três nomes dados como certos na disputa do ano que vem.
Em campanha pela reeleição, Bolsonaro abriu caminho para que futuros potenciais adversários também antecipassem estratégias, alianças e até mesmo viagens com tom de campanha.
Sem tanta certeza quanto Bolsonaro, Lula e Ciro, estão na pista o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), os governadores João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB), os senadores Rodrigo Pacheco (PSD), Alessandro Vieira (Cidadania), Simone Tebet (MDB) e o cientista político Luiz Felipe d’Avila (Novo), além do ex-juiz Sérgio Moro, que deve se filiar ao Podemos. Na disputa interna dos tucanos também se apresentou o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB).
Conforme as mais recentes pesquisas de intenção de voto, a proliferação de potenciais candidatos não evitaria, se a eleição fosse hoje, uma polarização entre Lula e Bolsonaro. Com os partidos do centro ainda em busca de um representante que obtenha consenso e apoio do eleitorado, alguns levantamentos apontaram vitória petista ainda no primeiro turno.
Daqui até o encontro com as urnas eletrônicas os cenários vão mudar. O presidente ainda precisa se filiar a um partido político para que possa disputar a reeleição. Sem legenda desde que se desligou do PSL, em 2019, Bolsonaro deve enfrentar dificuldades para formar palanques nos Estados e oficializar alianças.
Com a rejeição batendo os 53% será difícil, segundo especialistas, que a estratégia eleitoral de 2018, dedicada apenas às redes sociais, seja repetida com sucesso. Além da campanha pela internet, a avaliação é que Bolsonaro precisará desta vez de recursos e tempo de televisão e um leque maior de apoios.
Acompanhe abaixo quem são e em que pé está as pré-candidaturas:
JAIR BOLSONARO

O presidente antecipou a disputa assim que Lula foi solto e recuperou seus direitos políticos. Vendo sua popularidade despencar e as pesquisas mostrando possível vitória do petista em uma disputa com ele, Bolsonaro intensificou viagens pelo país e passou a adotar medidas populares como o Auxílio Brasil, substitutivo do Bolsa Família, para R$ 400 mensais.
O desafio de Bolsonaro, agora, é encontrar uma sigla que o abrigue. Interessados não faltam, mas o presidente teme ser usado de trampolim para políticos com os quais ele nem simpatiza, como foi o caso do PSL, sua antiga casa.
LULA

O ex-presidente conseguiu não só se livrar da cadeia como recuperar seus direitos políticos pelo menos até que um novo julgamento das denúncias que pesam contra ele seja feito. Despontando em algumas pesquisas como favorito ou pelo menos em pé de igualdade com Bolsonaro, o petista tem viajado pelo país, fazendo críticas a gestão Bolsonaro, defendendo que o Estado brasileiro amplie os gastos como forma de reaquecer a economia.
CIRO GOMES

O pedetista alcançou 12% dos votos em 2018 e, nas pesquisas, vem orbitando esse percentual, o que o coloca, por enquanto, como o mais viável no sentido de quebrar a polarização Bolsonaro/Lula.
O ex-senador é crítico dos dois e tem trabalhado seu discurso de economista para se aproximar mais do eleitor de esquerda, seu principal alvo.
JOÃO DORIA

O governador do mais populoso estado do Brasil, São Paulo, usa isso como trunfo, mas empolga pouco nas pesquisas. “Pai da coronavac”, a tão aguardada vacina contra o coronavírus, Doria ainda não conseguiu colar a imagem de salvador da pátria em meio a pandemia, fazendo contraponto ao negacionismo de Bolsonaro.
Sua candidatura depende de uma prévia que o PSDB vai realizar em novembro.
EDUARDO LEITE

O governador gaúcho vai bater chapa com Doria e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, na prévia tucana prevista para 20 de novembro.
Leite ganhou notoriedade por conseguir colocar as contas do governo gaúcho mais ou menos em dia diante do caos que assumiu. Recentemente ganhou muitos seguidores nas redes sociais (mas também haters, como o próprio Bolsonaro) ao assumir sua homossexualidade. “Sou um governador gay, não um gay governador”, disse em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo.
ARTHUR VIRGÍLIO

É o tucano com menos chances de emplacar candidatura. O ex-prefeito de Manaus vai sujeitar seu nome às prévias do PSDB junto com Doria e Leite. Filiados ao partido de todo o País poderão votar e escolher o candidato tucano por meio de um aplicativo de celular.
LUIZ HENRIQUE MANDETTA

Ganhou notoriedade como o ministro da Saúde que saiu do Governo por discordar do negacionismo de Bolsonaro no enfrentamento à pandemia. Filiado ao DEM, Mandetta está em compasso de espera do que sairá da fusão do partido com o PSL, criando o União. A nova sigla ainda precisa cumprir formalidades e, como nasce gigante, deve ter disputa interna.
SÉRGIO MORO

O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro também saiu por discordar do presidente. Algoz de Lula, se tornou uma figura controversa justamente por ter deixado o governo e pelo escândalo do Vaza-Jato, por meio do qual se expôs as conversas dele com o procurador Deltan Dalagnol articulando as ações para manter Lula na cadeia.
Moro não tem partido, mas ensaia ir para o Podemos. A grande questão é até que ponto a Lava-Jato vai promovê-lo e prejudicá-lo.
RODRIGO PACHECO

O presidente do Senado tem optado pela moderação em suas falas tentando conquistar o eleitor do centro, avesso a extremismos tanto da direita quanto da esquerda. O pesedista vem tentando aglutinar aliados.
SIMONE TEBET

Tradicionalmente vice de alguém, o MDB põe as fichas na senadora que ganhou destaque por suas falas firmes, inclusive na CPI da Covid.
ALESSANDRO VIEIRA

O atual senador pelo Cidadania e ex-delegado de polícia que ganhou projeção durante as sessões da CPI da Covid diz ter perfil capaz de agradar a eleitores da esquerda e da direita, além de resgatar a defesa do combate à corrupção na pauta eleitoral.
Quase que um novato na política, apesar de ter começado sua trajetória já como senador, Vieira tem criticado a dificuldade de alguns políticos e partidos em avançar em temas que priorizem o cuidado com o dinheiro público.
LUIZ HENRIQUE D’ÁVILA

De coordenador do programa de governo do então candidato Geraldo Alckmin(PSDB), em 2018, a presidenciável em 2022. Luiz Felipe d’Avila, de 58 anos, almeja um salto ousado nas eleições do ano que vem com o apoio de seu atual partido, o Novo. Sem experiência na vida pública, o cientista político diz que deseja ser candidato para unir o centro e aposta no desconhecimento entre o eleitorado para virar opção não apenas para sua legenda.