Troca-troca partidário tirou cargos de cinco partidos na comarca de Canoinhas
MENOS PARTIDOS NO COMANDO
COLUNA DE DOMINGO A coluna de terça-feira, 25, mostrou que cinco partidos perderam cargos de vereança nas quatro cidades da comarca de Canoinhas – mais Três Barras, Bela Vista do Toldo e Major Vieira – nos últimos quatro anos. Fomos de 11 siglas com representação nas Câmaras para apenas seis.
Quando falamos em representativa, quanto mais melhor. Isso pode funcionar para diversidade sexual, racial e de classe, mas não para a política. Com comportamentos muitos próximos de quadrilhas, as siglas hoje se multiplicam não pela diversidade de opinião, mas pelos interesses, como o olho gordo sobre o fundo partidário e eleitoral e a pressão sobre o governante de turno, que se torna refém de um emaranhado de partidos.
No Brasil, tal qual nos Estados Unidos, há duas linhas de pensamento político muito claras: direita e esquerda. Há quem se nomine de centro o que, via de regra, estabelece simpatia por pautas mais à esquerda ou à direita. Não há, portanto, o que justifique termos quase 30 partidos. A explicação, como já disse, está no inominável, no inadmissível, porque é indecoroso.
Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que, embora o Brasil tenha 29 partidos, não mais de sete deles dominam o cenário político nacional. Esse grupo concentra 80% das cadeiras do Congresso e 70% dos governos estaduais e das bilionárias verbas eleitorais, além de ser maioria em prefeituras, Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas. Os demais, tais quais sanguessugas, orbitam entre esses grandes, não para opinar, mas para beliscar um carguinho aqui, uma emenda que projete o filiado na cidade onde quer ser candidato a prefeito ou vereador.
Hoje, o partidos que dominam a cena política brasileira são, pela ordem de cadeiras na Câmara, PL, PT, União Brasil, PSD, MDB, PP e Republicanos. Ganha uma viagem a Ucrânia quem souber descrever pragmaticamente as diferenças entre os sete.
A diminuição do número efetivo de legendas é resultado de duas medidas recentes, a cláusula de desempenho e a proibição de coligações em eleições proporcionais.
A menos que os líderes de partidos que hoje ganham com a fragmentação tenham êxito em alguma manobra, o movimento de redução deve continuar, já que as exigências da cláusula de desempenho, que asseguram ao partido o direito a financiamento público e propaganda oficial, aumentarão até o pleito de 2026.
Os reflexos dessa tentativa de inanição de nanicos se mostra eficaz quando você percebe essa aglutinação que aconteceu na comarca de Canoinhas.