Prefeita larga na frente favorecida pela injusta possibilidade de reeleição
COLUNA DE DOMINGO Sou contra a reeleição em qualquer instância e independente do pleito. Vale desde presidente da República até vereador, passando, claro, pelas prefeituras. Deixo isso claro para não aparecer um ataque direto aos candidatos a reeleição do pleito que se aproxima. Explico: enquanto a Justiça Eleitoral se esforça para tornar o pleito equânime, a reeleição vai totalmente na contramão desse conceito. Elencar as tantas situações que privilegiam o atual mandatário aqui é dispensável.
Dessa forma, como a própria enquete do JMais mostra, Juliana Maciel Hoppe (PL) detém a maioria das intenções de voto em outubro (esse cenário precisa ser revisto agora com as candidaturas definidas). Beto Faria, em segundo na enquete que, frise-se, não tem valor e rigor científico como uma pesquisa, nem candidato a prefeito é, foi na vice de Paulinho Basilio, que nem aparece na enquete.
Os últimos pleitos mostram que o candidato a reeleição parte como preferência. Exposição midiática, máquina na mão e uma eterna campanha, desde o primeiro dia de mandato, explicam.
Juliana, destaque-se, tem um ponto a menos, já que cumpriu metade do mandato. Mesmo assim, sai em vantagem.
Se o pleito fosse polarizado entre ela e Faria, como falei aqui, seria um plebiscito entre a prefeita e o passado. Contudo, temos a candidatura do MDB, que nem é de Faria, mas de Paulinho, e outros três pretendentes, de matizes políticas bem diferentes, o que torna esta eleição bem menos previsível.
Juliana parte com a vantagem do cargo, mas o MDB já esteve no governo e a presença de Faria na cabeça de chapa torna Paulinho mais competitivo. Chama-me a atenção as diferenças entre os outros candidatos. As particularidades de cada um podem favorecê-los ou prejudicá-los, mas, cada um ao seu modo, incomoda a prefeita.
Cleverton Durau (Podemos) tem ideias interessantes de centro e, dessa forma, consegue dialogar com mais gente, ao passo que seu candidato a vice, Chicão Caminhoneiro (DC) é um bolsonarista reconhecido na cidade. Se Bolsonaro for relevante nesta eleição, é ele quem deve colher mais desse fruto.
Samuel Lubke (PRTB) vai pelo mesma veia bolsonarista e pode colher parte desse fruto também.
Ambos, Durau e Lubke, cantam no mesmo palco de Juliana quando o assunto é enaltecer o ex-presidente.
Na contramão, Andrey Watzko (PT) fala para a esquerda. Sabemos que Lula passa longe de ser um bom cabo eleitoral em Canoinhas, porém, há quem admire e vote no seu candidato, vide a eleição de 2022, quando Watzko somou 3.038 votos.