Dados do Censo mostram força do agronegócio na região
A cidade de Canoinhas tem a quarta maior população rural de Santa Catarina. São 11.234 pessoas morando no campo, ao passo que 43.782 vivem na área urbana. Proporcionalmente, 74,3% vivem na cidade e 25,7% estão no campo. Estão à frente de Canoinhas somente os Municípios de Chapecó, Concórdia e Joinville, cidade mais populosa do Estado. Os dados são do Censo 2022 e foram divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Outro dado que mostra a força do agronegócio no Planalto Norte vem de Bela Vista do Toldo. Trata-se da terceira cidade com maior porcentagem da população vivendo no campo. É o terceiro Município de Santa Catarina com mais gente vivendo na área rural, perdendo somente para Angelina (79,6%) e Chapadão do Lageado (79,4%).
Mais distante, mas ainda entre as cidades mais agrícolas, Irineópolis tem 61,1% dos moradores no campo, ao passo que Major Vieira tem 57,8%. Irineópolis, a propósito, recebeu o título de Capital Nacional do Trator homologado na semana passada.
Há outros dados que mostram o quanto o agronegócio é superlativo na região. Canoinhas é o maior produtor de feijão do Estado. A safra, que começa a ser colhida no mês que vem, deve obter lucro histórico. A cidade, também, tem um dos maiores rebanho de ovinos do Estado e, conforme dados do Sinditabaco divulgados durante evento na cidade na semana passada é o sétimo maior produtor de fumo do Brasil. Itaiópolis, também na região, é o quinto maior produtor, ao passo que São João do Triunfo, Município vizinho do Paraná, é o segundo maior produtor de fumo do País, perdendo somente para Canguçu (RS). Na safra 2022/2023, Itaiópolis produziu 15.566 toneladas de fumo em 2.712 áreas agrícolas. Canoinhas tem 2.528 produtores que alcançaram 13.516 toneladas de fumo na mesma safra. Irineópolis também desponta como um dos maiores produtores de fumo do País, com 1.814 produtores gerando 9.743 toneladas de fumo na safra 2022/2023, números que colocam o Município na 15ª posição entre os maiores produtores do País.
ECONOMIA
A importância do agro para a economia regional é crucial e reflete, também, nos bens conquistados pelo produtor. Segundo pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Cepa/UFRGS), realizada em 2023 e que ouviu agricultores de Canoinhas e região, a renda per capita do produtor de fumo é de R$ 3.540,75 na região Sul. Importante destacar que o produtor de fumo varia seus cultivares na entressafra, ou seja, essa renda vem, principalmente do fumo, mas também de outras culturas, com destaque para o soja, feijão e milho. A pesquisa mostrou que 74,8% dos fumicultores alternam culturas na entressafra.
Com uma média de 3,32 pessoas por propriedade, a renda familiar chega a R$ 11.755,30 por mês. Enquanto a população geral (75,3%) está em sua maioria na classe de renda C, os produtores rurais estão 80,4% nas classes A e B, com 67,6% enquadrados na classe B2.
Outros dados mostram que a despeito de estereótipos, o produtor rural vive muito bem, obrigado. 100% têm banheiro; 100% recebem água aquecida para banho; 98,6% têm energia elétrica; 97,1% têm água encanada; 95% têm fossa séptica para esgoto; 73% vivem em casas de alvenaria, sendo que 72% das casas têm três ou mais dormitórios; 36,4% têm mais de um banheiro em casa e 13,6% instalaram painéis de energia fotovoltaica em suas propriedades.
Em termos de bens, 80,9% têm pelo menos um trator; 100% têm ao menos um automóvel; 97,2% têm máquina de lavar roupa; 90,5% têm TV de tela plana; e 88,6%, forno elétrico. 13,7% têm outro imóvel na cidade.
O homem do campo da região Sul está 100% conectado. Todos os ouvidos pela pesquisa têm telefone celular e 94% têm acesso à internet, sendo que 98,9% destes usam WhatsApp para se comunicar.
ORGULHO
Um dado ainda mais positivo trazido pela pesquisa mostra que 91,6% dos agricultores da região Sul têm satisfação em trabalhar na atividade agrícola. Destes, 90,7% dizem que seus filhos se orgulham de sua atividade e 71,2% dizem que a renda total de suas famílias permite que se leve uma vida confortável. Para 87,4% o plantio de tabaco se justifica pela rentabilidade. 83,1% veem a garantia de venda como maior atrativo da cultura e 72,1% veem o seguro agrícola como principal motivo.