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Apagar das luzes de um governo

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As diferenças entre Jair Bolsonaro e Carlos Moisés

Já fazem duas semanas que os brasileiros conhecem aquele que irá governá-los pelos próximos quatro anos. Nas primeiras horas posteriores ao resultado oficial, as mais variadas rodovias brasileiras foram abocanhadas por protestos em tons antidemocráticos, os quais durante alguns dias interfeririam de forma criminosa no direito de ir e vir das pessoas.

Atualmente os manifestantes continuam espalhados pelas cidades, ocupando canteiros, terrenos, rótulas, expondo a bandeira brasileira e principalmente frases de cunho golpista, como é o caso do pedido de intervenção federal.

Porém, no meio de tudo isso os brasileiros e a política brasileira começaram a tentar viver novamente, o que é deveras necessário. Afinal, o País não pode parar pelo fato de alguns que não compreendem o resultado democrático das urnas, assim desejam.

Em Brasília e em Florianópolis começaram a se montar os governos de transição, que auxiliarão na construção do novo governo a partir de 1º de janeiro de 2023. Porém, Bolsonaro e Moisés agem de forma completamente diferente em relação a sua saída do governo.

Enquanto no Centro Administrativo acontecem as reuniões entre os representantes do governo que deixa o poder com aqueles que representam o governador eleito, Carlos Moisés aproveita seus últimos momentos como governador do Estado para inaugurar obras por toda Santa Catarina. Seja do Planalto Norte ou na Serra, Moisés está lá para deixar a sua cara e o seu nome na inauguração de alguma obra que certamente beneficiará determinada população por alguns bons anos.

Ao fazer isso, Moisés mostra que mesmo perdedor entendeu como se faz política, principalmente a política catarinense. O lado municipalista comprado por ele depois dos processos de impeachment certamente vai contribuir para que nas eleições de 2024 ou 2026 ele concorra a algum cargo político no Estado. Moisés saí de cena muito mais maduro de como entrou.

Se Moisés aprendeu a ser político, isso passa longe de acontecer dentro do Palácio do Planalto. Jair Bolsonaro desde que recebeu o resultado das urnas anda sumido, deixou as redes sociais, as aparições no cercadinho e também a presença em momentos importantes da República. Ao fazer birra e não admitir a derrota, o presidente passa longe de ser um político que entende de Democracia. Ele e seus articuladores tentaram usar da mesma cartada de Trump na eleição de 2020, a qual teria como consequência uma verdadeira onda vermelha nas eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, o que não veio a acontecer.

Se Bolsonaro tentar encampar o Trump a la brasileira, sair de cena sem entregar a faixa presidencial, e só tentar ser político novamente lá em 2026, corre sérios riscos de se perder ainda mais no meio do caminho e tornar-se ainda mais pequeno de como está atualmente.

Esse movimento começou a criar uma espécie de vacância no cargo de presidente da República, afinal Bolsonaro não aparece mais em público como o representante do País, a maioria dos seus registros agora são pelos corredores dos palácios Alvorada e do Planalto. Sendo assim Luís Inácio Lula da Silva, que chega ao seu terceiro mandato como presidente do Brasil, começou a ganhar espaço, seja nas discussões a nível nacional ou internacional.

Aqui é preciso fazer algumas pontuações importantes. A primeira é de que não adianta tudo estar bem aqui dentro sendo que lá fora a visão do Brasil era a pior possível, e aqui a gente está falando de todos os assuntos, da preservação da Amazônia até o comércio de bens e serviços. O Brasil nos últimos quatro anos tornou-se literalmente uma pária internacional quando o assunto é diplomacia e relações. A eleição de Lula foi celebrada por inúmeros países que veem no Brasil, um importante lugar de desenvolvimento de novos produtos, serviços e de recuperação da Amazônia.

Agora, aqui dentro do País algumas situações começaram a ser observadas, primeiro a de tentar fazer com que Lula resolvesse as situações nas BRs. O presidente eleito nada poderia fazer, esse problema não era dele e sim de Bolsonaro que inflamou durante anos uma parcela da população com falas golpistas e antidemocráticas.

Nos últimos dias um outro ponto surgiu, que foi a relação de Lula, o seu futuro ministério da economia e o mercado financeiro, que não recebeu muito bem uma frase dele. É claro que a frase não veio em um bom momento e nas melhores circunstâncias, porém uma coisa é importante, onde esse mesmo mercado estava quando as tentativas de golpe instaladas por Bolsonaro eram criadas? Essa questão é de suma importância, isso porque um mercado não pode tratar um presidente diferente de outro, só por um ser de um diferentes espectros políticos.

Existe pela frente quase um mês e meio até que Lula suba pela terceira vez a rampa do Palácio do Planalto, até lá assistiremos cada vez mais o apagar das luzes de um governo que nunca chegou a acontecer no âmbito político e a ascensão de cada vez mais questionamentos sobre como será o retorno de Lula ao poder.