Filme ainda concorreu a atriz e melhor produção do ano
Na noite deste domingo, 2, a história do cinema brasileiro foi marcada por um feito inédito: o longa-metragem Ainda Estou Aqui conquistou o prêmio de Melhor Filme Internacional na 96ª edição do Oscar. Este momento emblemático não apenas representa um marco para a indústria cinematográfica do Brasil, mas também destaca a riqueza e a diversidade da produção cultural do país.
Dirigido pelo talentoso cineasta Walter Salles, Ainda Estou Aqui é uma narrativa poderosa sobre a busca de uma mulher, Eunice Paiva (Fernanda Torres), para saber o que a ditadura militar fez com seu marido.
O prêmio foi entregue pela atriz espanhola Penelope Cruz a Water Salles. O filme brasileiro superou o iraniano A Semente do Fruto Sagrado, o francês Emilia Pérez, a animação letã Flow e o dinamarquês A Garota da Agulha.
Inspirado na obra de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui se destaca como o primeiro filme original da Globoplay e concorreu em mais duas categorias no Oscar: melhor atriz, com Fernanda Torres, e melhor filme. Em ambas perdeu para Anora.
A trama da produção brasileira gira em torno da história real de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, uma advogada e ativista que dedicou quatro décadas de sua vida à busca pela verdade sobre o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, vivido por Selton Mello. Rubens, que foi deputado federal, foi assassinado durante a repressão da ditadura militar no Brasil.
Ainda Estou Aqui não só traz à tona um capítulo doloroso da nossa história, mas também é um tributo à coragem e à determinação de Eunice na luta por justiça e reconhecimento. O filme emociona e provoca reflexões sobre os direitos humanos e a importância de nunca esquecer os que sofreram nas mãos de regimes autoritários. Com atuações marcantes e uma narrativa poderosa, a produção é uma das grandes realizações do cinema nacional.