Valdecir e Beatriz eram acusados de matar Silvana Aparecida de Lima e Marcos Roberto Rabello em 2022, na cidade de Bituruna
Chegou ao fim o julgamento dos réus Valdecir Luis Alves, de 47 anos, e Beatriz Aparecida de Abreu, de 41 anos, acusados de matar Silvana Aparecida de Lima e Marcos Roberto Rabello em 2022, na cidade de Bituruna.
Valdecir Luis Alves, vulgo Shifu, foi condenado a cumprir pena de 33 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, pelos crimes de feminicídio contra Silvana, homicídio contra Marcos e por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. Valdecir foi absolvido da tentativa de homicídio contra Fabiana Rabello.
Já Beatriz Aparecida de Abreu, foi condenada a cumprir pena de 17 anos, 7 meses e 15 dias de prisão em regime fechado pelos crimes de feminicídio contra Silvana e por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. Beatriz foi absolvida do homicídio de Marcos e da tentativa de homicídio contra Fabiana Rabello.

O julgamento que ocorreu no Tribunal do Júri de União da Vitória teve início às 9 horas de quarta-feira, 4, e se encerrou por volta da 0h15 da madrugada desta quinta-feira, 5. O juiz de Direito que conduziu o julgamento foi Ivan Buatim e o Conselho de Sentença foi formado por sete jurados, sendo cinco mulheres e dois homens.

Durante o julgamento, foi apontado que Silvana e Marcos estavam tendo uma relação e os réus, que eram ex-companheiros das vítimas, não aceitavam a situação. A arma utilizada no crime pertencia à Beatriz, que teria fornecido para Valdecir cometer os assassinatos.
Silvana foi assassinada na casa em que estava residindo com sua mãe na rua João Bet, no bairro Nossa Senhora Aparecida. Valdecir foi até o local por volta das 12 horas e efetuou um disparo que atingiu a mandíbula da vítima que morreu ainda no local. A filha do casal estava na casa no momento do crime, a qual foi deixada pelo réu na casa de um vizinho após ele ter cometido o feminicídio.
Cerca de 15 minutos depois, Valdecir foi até o Lavacar de Marcos, na Avenida Oscar Geyer, na área central e efetuou vários disparos contra a vítima, que foi socorrido em estado grave e morreu no hospital dias depois.
Depois do crime, ele fugiu com seu veículo Ford Fiesta e foi abordado e preso pela Polícia Militar na cidade de Pinhão. Com ele foi apreendido uma munição, calibre 9mm.
A arma utilizada para cometer os crimes, não foi encontrada. Ela seria de Beatriz, que teria fornecido para Valdecir. Pela participação de maneira direta no caso que culminou nas duas mortes, ela também foi condenada a uma pena considerável. Beatriz, que atualmente se encontra em liberdade, deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado de maneira imediata e um mandado de prisão já foi emitido em seu nome.

O que diz a família
A reportagem do Canal 4 TV conversou com a família da vítima Silvana, que acompanhou todo o julgamento. Para eles, o sentimento é de que a justiça foi feita.
O que diz a defesa de Valdecir
A reportagem também conversou com a defesa de Valdecir Luis Alves, o advogado dr. Andrei Dembiski, que considerou o resultado do julgamento satisfatório. “Em relação ao resultado do Júri em si, a defesa não vai recorrer, se sente satisfeita com o posicionamento dos jurados, porque foi uma votação muito apertada e conseguimos afastar a questão da tentativa de homicídio contra Fabiana. A defesa está satisfeita com o trabalho realizado”, afirmou.
O que diz a defesa de Beatriz
O Canal 4 TV também conversou com o advogado Dr. Ernani Bortolin, que faz a defesa da ré. Para ele, houve um equívoco dos jurados que optaram pela condenação. “Cometeram um erro judiciário grave. Ela foi condenada a 17 anos de reclusão sem ter a prova mínima de um conluio entre ela e Valdecir para matar as vítimas. A ver desta defesa houve um erro. A defesa vai recorrer do prazo previsto através do recurso de apelação para que o processo suba ao Tribunal de Justiça de Curitiba, requerendo a anulação do Júri por decisão manifestamente contrária a prova dos autos e que possa ser realizado um novo Júri”, disse.