Luis Carneiro era acusado de matar Wellinton dos Santos
Luis Carneiro, acusado pelo homicídio de Wellinton dos Santos, ocorrido em julho de 2021, no distrito do São Cristóvão, em Três Barras, foi absolvido durante tribunal do júri ocorrido nesta quarta-feira, 6. À época do crime, as informações da Polícia Civil apontavam que a vítima, de 21 anos, foi assassinada com disparos de arma de fogo dentro de uma oficina mecânica na rua Afonso Krüger. A princípio, a situação teria acontecido no local devido a um acerto de contas entre o acusado, que aproveitou a oportunidade para executar Santos, que estava na oficina para retirar um veículo ali deixado para conserto.
De acordo com os socorristas dos bombeiros, Santos foi encontrado caído no chão, com dois ferimentos hemorrágicos na região frontal da cabeça, decorrentes de disparos de arma de fogo. Ele já estava morto quando eles chegaram na oficina.
No julgamento desta quarta prevaleceu a tese de que havia vários imprecisões nos testemunhos que culparam Luis. Segundo a defesa de Luis, feita pelo advogado Jonathan Verka, prevaleceu a tese de que seu cliente apenas revidou uma agressão.
No dia do crime, Luis foi até a oficina mecânica onde aconteceu o assassinato para retirar um carro que havia deixado para conserto. Lá, encontrou Santos, mais conhecido como Xing Ling. No momento em que a vítima viu Luis, teria saído do local. De acordo com o dono da oficina, Xing Ling teria saído a pé para casa para buscar a carteira, já que tinha deixado o dinheiro em casa, mesmo com o dono da oficina dizendo que ele poderia retirar o carro e pagar depois. Antes de ele deixar o local, houve troca de provocações entre acusado e vítima. Xing Ling teria voltado armado e dentro do barracão houve troca de tiros entre os dois. Luis teria ido para casa e mandado avisar a Polícia que matou Xing Ling. Na sequência fugiu com receio de ser morto por uma facção da qual supostamente Xing Ling faria parte.
A Promotoria pediu a condenação de Luis por homicídio simples, já que a parte da acusação em que o Ministério Público dizia que houve “dificuldade na defesa da vítima” não fazia sentido já que não ficou bem esclarecida a dificuldade imposta pelo acusado. Verka, por sua vez, pediu a absolvição baseado no depoimento de uma testemunha sigilosa que não quis se identificar por medo de represália, mas que viu toda a situação na oficina do lado de fora. Essa testemunha contou que viu Xing Ling chegando no local apressadamente em uma bicicleta, largando a bicicleta no chão, sacando uma arma e correndo para os fundos da oficina. Logo em seguida, ouviu os disparos e viu Luis fugindo.
Testemunhas de acusação apresentaram várias lacunas nos depoimentos, segundo a defesa, que defendeu a tese de que o corpo foi violado, alterando a cena do crime. O troco que ele teria recebido pelo conserto do carro não foi encontrado com o corpo, o que confirmaria essa tese.
Um vídeo, exibido pela defesa, mostra Xing Ling afirmando que mataria Luis. No vídeo, ele segura uma espingarda.
O júri entendeu que não havia a intenção de matar por parte de Luis, já que se isso fosse fato ele teria matado Xing Ling no momento em que entrou na oficina. Prevaleceu a tese de que ele atirou contra a vítima para se defender.