Se não há representantes diretos, há necessidade é de que busquemos representação e possamos mostrar que existimos no mapa
Nas últimas semanas vimos comentando sobre alguns pontos importantes para o Planalto Norte. Já abordamos as sucessões, as possíveis renovações políticas e também como a Operação Mensageiro mexerá com toda a estrutura política regional.
Em meio a isso, um ponto começa a ser sentido e mostrar que, pelo menos em um primeiro momento, voltaremos às políticas “tradicionalistas”, já vistas em outros tempos.
Já é de praxe sabermos que a região sempre foi vista como um palco para que os mais variados políticos pudessem angariar votos e assim eleger-se. Passados os pleitos, a situação retornava ao marasmo de sempre, falta de apoio, verbas, presença e representatividade.
Nos últimos tempos, acabamos por ter uma pequena mudança, quando o ex-governador Carlos Moisés assumiu o processo municipalista do governo e percorreu todas as regiões. Aqui é necessário citarmos que a região teve a presença tanto em entrega de obras quanto no período eleitoral, graças ao esforço de alguns políticos locais que abriram caminho até a Casa d’Agronômica, fazendo inclusive campanha para a sua reeleição, vide Eliseu Mibach (PSDB).
Porém, já após o resultado das eleições, passamos a observar que talvez aquela maré de boa fase estaria sendo sepultada a partir de janeiro de 2023. Nesse momento alguns de vocês podem estar comentando que foram apenas 2 meses de governo. Sim, isso é verdade, porém estamos falando de Santa Catarina, um estado que não é gigantesco.
Em todos esses 60 primeiros dias de governo, Jorginho Mello (PL) firmou-se em dois pilares políticos. O primeiro é a quase unipresença na região do oeste e meio-oeste catarinense. Já a segunda, foi o pente fino imposto pela sua gestão sobre todos os contratos assinados no governo passado.
Claro, são dois governos com visões totalmente diferentes, o anterior adotou uma visão municipalista, o atual tenta conversar com o eleitorado bolsonarista e focar em mostrar que no passado estava fazendo de forma errada. Porém, nem um dos principais aliados de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, está fazendo isso em São Paulo.
Mas vamos retornar a conversa para o Planalto Norte. No decorrer do caminho apresentado pelo atual governo, fica claro que obras como o Contorno Sul, ligando as BRs 153, 280 e a SC 135, tão importantes para o desenvolvimento regional, só saíram do papel por um trabalho muito árduo de todos. E aqui dizemos todos mesmo, sejam prefeitos, vereadores, situação ou oposição, tudo deverá ser tratado de forma com que o trabalho aconteça.
A realização dessa como tantas outras obras é de suma importância, considerando os projetos que devem ser realizados já nos próximos meses. Aqui cito como exemplo Porto União, que pelos últimos acontecimentos, assumiu a dianteira entre as irmãs norte planaltinas.
O município começa a realizar nos próximos tempos um projeto turístico no Morro da Cruz, envolvendo funicular, bondinhos e tirolesa, projeto este que está na casa dos milhões. Junto deste, faltam poucos meses para o retorno dos passeios turísticos de trem, no trajeto da antiga estrada de ferro. De acordo com Mibach, o projeto, que é grandioso se observadas as últimas décadas, impulsionará não somente o município como toda a região, como um novo polo turístico de Santa Catarina.
Porém, faz-se importante citar que para que isso aconteça é necessário que tenhamos boas estradas, aeroportos regularizados e acessos bem desenvolvidos aos principais pontos da região.
É claro, para que isso torne-se realidade, o trabalho será agora realizado quase que do zero, para que assim a capital do Estado possa entender que Santa Catarina não para em Joinville e volta em Joaçaba. Com isso a reflexão que fica é, se não há representantes diretos, há necessidade é de que buscarmos representação para que possamos mostrar que existimos no mapa.
