sábado, 26

de

abril

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2025

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Um livro em lilás

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Um espaço em lilases a aguardar um público apaixonado por poesias

Uma expectativa a tremular no ar e os pensamentos a envolvê-la desde as histórias que fundo marcaram e de onde brotaram os versos que agora seu público iria conhecer.

A música, ao fundo, a fazer sorrir os jovens lá reunidos.

A poetisa, em lilás, a sorrir para uma sala repleta de tantos e tantas que há tanto em seu redor já circulavam. Os alunos das escolas em que, por anos, imprime os seus saberes. Alunos que se sentem poetas também. Porque ela é a sua mestra, ela é aquele alguém que em todos incute um supremo vício, o vício de ler.

Participar do lançamento de um novo livro é para mim circular pelo paraíso.

Sem máscaras mostra-nos uma capa especial. Claro, em lilás. Máscara em lilás.

A obra / Divulgação

Foi na noite da quarta-feira da semana santa que Daiane Nieser mostrou sua poética obra ao mundo.

Um livro carregado de emoções. Que vocês deverão ler aos poucos, em doses homeopáticas. Porque aos poucos absorver-se-ão aqueles versos, aquelas palavras, aquelas poesias.

Pois assim foi ao ler, nas quietas horas da madrugada, que aos poucos cada sílaba, cada palavra, cada verso e cada poesia puderam ser assimiladas e envolverem-se em todo o meu ser. Pois assim foi que o prefácio de Sem máscaras brotou dentro de mim.

Um prefácio inspirado nas palavras que nos poemas de Daiane Nieser encontrei

Eu estava ansiosa por vê-los, os versos, a flanarem pelo ar e por multidões serem lidos.


O prefácio

Público que prestigiou o lançamento / Divulgação

Em êxtase encontro-me desde o instante em que li os primeiros poemas inseridos nesta obra. Poética obra nascida de há muito nos escaninhos do coração da poetisa.

Sente-se, no decorrer da leitura de seus inspirados versos, o sangue do amor a escorrer pelos caminhos que percorreu.

Desnuda e liberta lança-se do alto de uma imaginária nuvem e voluteia pelos céus, além de desconhecidos céus, em um voo transcendental em busca dos sonhos de vidas não vividas ou vividas apenas na contemplação do belo e do inatingível.

Ler os poemas de Daiane é embriagar-se com o mais puro néctar que emana das galáxias eternas.

Revela sentimentos abrigados pela vida nos mais profundos esconsos de seu, muitas vezes, conturbado eu.

Divaga pelos versos como se um tortuoso caminho estivesse a percorrer, desde sempre, em busca do inalcançável amor.

A autora com esta colunista / Divulgação

Daiane trilha por finíssimas linhas a tecer o suave cetim de que é feito o manto que a envolve e que do mundo a esconde sem revelar sua face e seus sentimentos. Como um manto a entrelaçá-la e protege-la das farpas e das intempéries de um mundo ainda a caminho do clímax.

Por um dia a poetisa fecharia seus olhos para encontrar alguém que a conduzisse pelos mais lindos caminhos, repletos de encantos.

Confessa uma dualidade em sua alma de poetisa onde duas pessoas em seu eu são tão diferentes, com gostos tão particulares. Enquanto uma grita desesperadamente, outra assiste ao espetáculo.

Revela o que se passa no mais íntimo de seu íntimo quando bem alto brada que queria ter coragem para fazer tudo o que deixou para trás, para gargalhar bem alto e para ser ela mesma, com todas as imperfeições que nela sobrevivem.

Um tom desesperado em “Quando morri” revela uma tristeza ao afirmar que todas as belezas deste misterioso planeta devem ser compartilhadas e vividas. Cada sentimento deve ser sentido em sua forma real, verdadeira. Até mesmo as decepções.

Em “Repugnância” a poetisa execra quem julga, condena, aliena. Contundentemente inquire: “Quem é você que detesta o diferente, mas aclama o que acha coerente? De você quero distância. ”

Em “Fuga” ela concorda com todas as almas que vibram na mesma sintonia pelo mundo ao nos dizer que uma vida sem inspiração é vazia. Preciso é que haja imaginação.

Belas e sutis coisas e objetos deslumbrados vemos através das vidraças. Como algo opaco, talvez. Na visão de um poeta há um outro mundo. Na visão de Daiane em “Pela janela” as árvores exibem seu verde altivo, os pássaros cantam sem a pretensão de grandes plateias, as borboletas deslizam pelos ares. Saberiam elas o quão magníficas são?

Coloca a felicidade nas simples e belas coisas que nos rodeiam e acompanham-nos em todos os dias, como se refletidas tivessem sido no olhar puro, exaladas pelas flores na primavera, apreciadas pelo nascer do sol e diante de um gramado orvalhado.

Na solidão do crepúsculo e na penumbra de seus pensamentos encontra o Amor que a liberta dos medos mais profundos e ilumina caminhos. O Amor que por uma infinita existência povoava o seu eu. O Amor que pelas moradas do Pai já vivia em seu coração.

E assim a nossa poeta dos hojes ensaia seu voo em emocionante livro coalhado de versos sobre amores dos ontens e sobre incertezas e aspirações dos amanhãs que tão próximo se delineia aos nossos olhos.

E dentre as Cem máscaras escolho Hoje para o deleite dos leitores e a fim de aguçar a sua curiosidade em conhecer as noventa e nove outras no livro inseridas.

Hoje 

Hoje eu somente queria ter coragem

Coragem para fazer tudo o que deixei para trás,

Tudo o que fingi esquecer

Esquecer o que não pude fazer… 

Coragem para gargalhar bem alto

Sem receio da censura que virá.

Coragem para ser eu mesma

Com todas as imperfeições que em mim habitam.

Coragem para me ver desnuda

De qualquer autocontrole uma única vez.

Coragem para falar alto

E externar todos os meus pensamentos.

Coragem para viver um grande amor

Sem pensar nas consequências.

Coragem para escrever e deixar alguém ler, Pois são tão castos os meus escritos…

Coragem para não deixar mais de ter coragem,

Porque a cada momento que deixamos algo para trás

Algo também morre em nós

E não volta nunca mais.