Aranha-marrom é a maior causa de acidentes no Planalto Norte
De acordo com informações divulgadas pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), o Estado de Santa Catarina registrou 1.990 casos de acidentes com animais peçonhentos em 2025. Em relação ao mesmo período no ano de 2024, houve um aumento de 71 acidentes.
Os dados apontam ainda que cerca de 55% do total foram causados por aranhas, sendo 1.110 casos. Na sequência, os casos envolvendo lagartas (252), serpentes (226) e escorpiões (188).
Ainda que os registros envolvendo aranhas tenham diminuído, se comparadas as estatísticas com as do mesmo período no ano passado, houve um aumento no número de casos envolvendo escorpiões, serpentes, abelhas, vespas e formigas.
ACIDENTES EM 2025
- Aranhas: 1.110 ocorrências (19 a menos do que em 2024)
- Lagartas: 252 ocorrências (10 a mais do que em 2024)
- Serpentes: 226 ocorrências (19 a mais do que em 2024)
- Escorpiões: 188 ocorrências (21 a mais do que em 2024)
- Abelhas, vespas e formigas: 105 ocorrências (25 a mais do que em 2024)
- Animais aquáticos: 35 ocorrências (4 a menos do que em 2024)
- Anfíbios: 5 ocorrências (2 a mais do que em 2024)
- Outros animais peçonhentos/venenosos: 69 ocorrências (17 a mais do que em 2024).
PLANALTO NORTE
Conforme as estatísticas mais recentes divulgadas pelo boletim Barriga Verde, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, foram 4.407 acidentes com aranhas em todo o Estado, no período entre 2018 e 2022.
O gênero Loxosceles, a popular aranha-marrom, foi o principal causador dos acidentes, mas também houve casos envolvendo o gênero Phoneutria, a aranha-armadeira. Os dados relativos ao Planalto Norte – de Porto União a Mafra – apontam para taxa de incidência entre 159,69 e 196,80 por 100 mil habitantes em 2022.
Predominantemente, as vítimas dos acidentes com aranhas foram homens, representando 52,2% dos casos e a faixa etária mais acometida foi a de 20 a 64 anos. A zona de ocorrência com maior número de casos foi urbana, com maior incidência das picadas em pés e pernas das vítimas.
A maioria dos casos foi classificada como gravidade leve, sendo que em apenas 1,2% dos casos registrados foi necessária a realização de soroterapia. Houve, ainda, um óbito em todo o Estado.
Com relação à aranha-marrom, a maior parte dos acidentes aconteceu no interior de residências, evidenciando uma característica já conhecida da espécie, ao se esconder dentro de casa, atrás de quadros e aberturas de janelas, por exemplo. Maior parte das vítimas foram mulheres, com mais de 4 mil casos registrados.
Essa espécie tem uma picada pouco dolorosa, mas que pode evoluir para necrose seca e úlcera. Os sintomas da intoxicação pela peçonha da aranha-marrom envolvem mal-estar, dores de cabeça, febre e pode ocorrer insuficiência renal aguda.
Em relação à aranha-armadeira, os acidentes foram registrados em situações externas, como locais com entulhos e jardins. A maioria das vítimas da espécie foram homens.
A picada dessa espécie pode gerar dor imediata e irradiada, além de sudorese e sensação de formigamento no local. Os sintomas posteriores envolvem hipertensão arterial, agitação psicomotora, taquicardia e vômito.
O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTES
- Se possível, levar uma foto do animal ou apresentar o máximo de características possíveis para que ele seja identificado e para que a vítima receba o soro específico.
- Manter a vítima calma e deitada;
- Tentar manter a área afetada no mesmo nível do coração ou, se possível, abaixo dele;
- Evitar que a vítima se movimente para não favorecer a absorção do veneno;
- Localizar a marca da mordedura e limpar o local com água e sabão;
- Cobrir com um pano limpo;
- Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam garrotear (apertar a circulação), em caso de inchaço do membro afetado;
- Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo, para receber o tratamento necessário;