Família afirma que parente morreu por erro no diagnóstico
MAIS UMA
A família de Diego Cordeiro, morto no sábado, 29, pouco depois de dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento de Canoinhas (UPA), tem certeza de que o parente poderia estar vivo se tivesse tido o diagnóstico adequado no tempo certo. Segundo Ruth Beatriz Rodrigues, prima de Diego, em vídeo amplamente divulgado no Facebook, seu primo deu entrada às 8h35 de sábado na UPA, sendo triado com pressão arterial de 19×13. Foi atendido 22 minutos depois com diagnóstico de azia. Recebeu Bromoprida, Dexametazona e Tramadol, além de soro fisiológico. “Simplesmente esqueceram que a pressão dele estava em 19×13”, diz Ruth. Ele ficou em observação. Pouco depois, às 9h19, Diego começou a enfartar. Embora a equipe médica tenha agido rápido, dando 12 injeções de adrenalina e entubando o paciente, de nada adiantou. Ele acabou falecendo. Esta é a versão de Ruth.
“Quem tem problemas de pressão sabe como a pressão é traiçoeira. Ele chegou ali falando que tava sentindo dor no peito e no braço esquerdo há 40 minutos. Somente 45 minutos depois ele foi medicado. Ninguém fez nada. O que que Bromoprida vai adiantar, o que que soro fisiológico vai fazer?”, questiona Ruth, que tachou a situação como “negligência médica”. “Não faz sentido na cabeça de ninguém”, disse indignada.
Para Ruth, a leitura da pressão seria motivo o suficiente para alertar a médica que atendeu seu primo. “O atendimento lá é horrível. A gente vai fazer barulho para que isso não aconteça com mais ninguém. Os médicos não estão nem aí, estão lá só pelo dinheiro”, conclui.
A questão foi tema de debate na sessão da Câmara de Vereadores de Canoinhas desta terça-feira, dia 1º. A oposição bateu forte na administração municipal, que terceirizou a gestão para o Ideas.
Enquanto a oposição batia no governo, a prefeitura lançou um vídeo no Instagram contestando a versão da família. O vídeo de câmeras internas da UPA mostra o paciente chegando às 8h23, sendo rapidamente atendido em menos de sete minutos e fazendo eletrocardiograma, primeira medida recomendada em caso de pessoas com sintomas de infarto.
Uma das médicas da UPA explica que o prontuário foi preenchido depois dada a urgência do atendimento.
Eduardo Pedroni, médico e diretor técnico da UPA, diz que “quando é uma situação de emergência, urgência, pacientes classificados como vermelho ou amarelo, a prioridade é o atendimento do paciente. Então, muitas vezes os dados, a história clínica, o exame físico são lançados a posteriori no prontuário. O médico não vai se ater a digitar, ficar digitando dados no prontuário. Ele vai fazer o atendimento à beira do leito do paciente. Então, por isso, muitas vezes pode ter esse lapso temporal. Mas nós temos câmeras, temos outras maneiras de provar que os pacientes são atendidos dentro do tempo.”
Simone Castro, coordenadora da UPA, lembra que “por isso, pode haver divergências no horário do registro no prontuário e do horário que foi exatamente executado o procedimento”.
Pedroni disse que em relação a situação específica, o paciente, quando deu entrada na UPA, foi imediatamente, prontamente atendido e encaminhado para a sala vermelha. E foi imediatamente monitorado pela equipe de enfermagem e atendido pela equipe médica. Foi seguido todo o protocolo de dor torácica que implementamos na UPA há um ano. Infelizmente, o paciente acabou evoluindo com um quadro de parada cardiorrespiratória. Na sequência, foram realizadas todas as medidas protocoladas de acordo com a Associação Americana do Coração. Mas, infelizmente, não obteve êxito mesmo após uma hora de todas as medidas sendo realizadas. Tínhamos uma equipe composta por quatro profissionais médicos e toda a equipe de enfermagem que não mediu esforços para tentar salvar a vida desse paciente”.
ESPECIAL
Derrotado nas eleições municipais do ano passado, o candidato pelo Podemos Cleverton Durau (foto) não vai ficar chupando o dedo. Ele foi nomeado gestor especial de esportes pela prefeita Juliana Maciel Hoppe (PL).
INDIGNADO
Prefeito de Bela Vista do Toldo, Carlinhos Schiessl (MDB), ficou irritado ao receber ofício do Ministério Público comunicando o Município sobre um termo de ajustamento de conduta (TAC) assinado com o ex-prefeito, Adelmo Alberti, se comprometendo a tomar providências sobre o saneamento básico do Município. Como o TAC não foi cumprido, o MP fala em multar o Município em R$ 14,5 mil por dia até que a prefeitura tome providências a respeito. “Vamos ter de agir”, afirma. A primeira etapa será um levantamento sobre quem tem fossa séptica em casa. “Isso não é brincadeira. Esse é mais um problema entre tantos que deixaram”, disse.
FALA QUE EU TE ESCUTO
A administração municipal de Canoinhas está em busca de aprimorar os processos licitatórios e, para isso, quer ouvir a opinião dos usuários sobre as plataformas de disputa eletrônica de licitações. “A contribuição de todos é essencial para que a gestão escolha a melhor ferramenta disponível no mercado, sempre respeitando os princípios de economicidade e eficiência, além de garantir transparência nesse processo”, diz o Município.
Para isso, a administração convida a população a participar de um questionário rápido, que pode ser acessado clicando aqui. O formulário é curto e leva, no máximo, 3 minutos para ser preenchido. Importante ressaltar que os dados serão coletados apenas por meio deste link, garantindo o sigilo dos participantes.
A pesquisa ficará aberta até o dia 30 de abril, e esse prazo pode ser prorrogado caso a participação não alcance um número satisfatório.
MERCADO
A prefeitura de Canoinhas abriu licitação para a contratação de uma empresa especializada em engenharia, visando a execução da ampliação da cobertura e a revitalização do Mercado Público Municipal. O processo licitatório contempla o fornecimento de todo o material necessário, bem como a mão de obra para a realização das obras.
INADIPLENTES
Santa Catarina tem 1.706.790 habitantes que não sabem que estão endividados, de acordo com um levantamento da Serasa sobre os consumidores que nunca consultaram o CPF ou CNPJ na empresa e, portanto, desconhecem as dívidas. Dessas pessoas, 531.252 estão com o “nome sujo”, ou seja, têm acesso restrito e limitado a crédito. As informações são do g1.
