Foram mais de 70 mil consultas entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025
Durante sessão da Câmara de Vereadores de Canoinhas nesta segunda-feira, 24, a diretora-geral da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Canoinhas, Simone de Castro, usou a tribuna para apresentar dados relativos ao funcionamento da UPA durante o período de 14 meses, entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025. Logo em seguida ela ouviu várias críticas por parte dos vereadores. Eles apontaram pelo menos dois casos de mortes de pessoas logo depois de receberem atendimento da UPA e levantaram dúvidas sobre a avaliação médica. O médico Eduardo Pedroni, responsável técnico médico da UPA de Canoinhas, orientou as famílias dessas pessoas que solicitem o prontuário dos pacientes e, se for o caso, que busquem a Justiça.
Apesar das críticas, de acordo com o relatório apresentado, a UPA de Canoinhas superou a meta de atendimentos durante o período, que era de 4,5 mil atendimentos por mês. Ao total, foram 70.930 atendimentos nos 14 meses, com uma média de, aproximadamente, 5.092 pacientes atendidos.
PROTOCOLO
Conforme o relatório apresentado pela diretora-geral, a UPA de Canoinhas classifica os pacientes seguindo o Protocolo Catarinense de Acolhimento com Classificação de Risco (PCAPR). São seis cores utilizadas para a classificação, que determina o tempo de espera que o paciente pode ter até o atendimento.
A pulseira vermelha determina emergência e o paciente deve ser atendido imediatamente. Ao longo dos 14 meses citados no relatório, foram apenas 0,17% dos atendimentos que tiveram essa classificação.
Na sequência, a pulseira laranja indica que o paciente tem um quadro muito urgente e deve ser atendido em até 10 minutos. Do total de atendimentos registrados durante o período, foram 8,99% nesta classificação.
A pulseira amarela determina que os pacientes devem ser atendidos em até 60 minutos e foram 29,97% dos atendidos que receberam esta classificação entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025.
A pulseira verde é para os pacientes que tem um quadro pouco urgente. Eles devem ser atendidos em até 120 minutos. Esta foi a classificação com a maior porcentagem de atendimentos durante o período apresentado em relatório, sendo 54,89% dos atendimentos.
A classificação azul determina que o atendimento deve ser realizado em até 240 minutos. 2,71% da totalidade de atendimentos recebeu esta classificação. Já a classificação preta, quando o paciente morreu antes de chegar na UPA, representa uma porcentagem de 0,08% dos registros durante o período.
RAIO-X
O relatório apresentado por Simone apresenta ainda estatísticas relacionadas aos exames de raio-x realizados na UPA de Canoinhas durante o período. Segundo o que consta no documento, a meta de 881 exames mensais também foi superada, com uma média de 1.034 exames realizados mensalmente, totalizando 14.472 exames internos de raio-x nos 14 meses.
Durante sua fala na tribuna da Câmara, Simone ainda comentou sobre as reclamações constantes da população em relação a falhas no equipamento de radiografia da UPA. “Teve várias polêmicas com o raio-x, que apresentou falha, é uma máquina, um equipamento mais antigo, está suscetível a falhas, então nós temos um plano de contingência”, ressaltou.
Segundo Simone, quando o equipamento apresenta algum problema, o técnico de radiologia que está na unidade vai acionar a coordenação da UPA, que na sequência aciona ou o Hospital Santa Cruz de Canoinhas (HSCC) ou o Hospital de Três Barras para a realização do exame. Após a confirmação com uma das duas unidade hospitalares, o paciente é encaminhado.
No caso da confirmação no Hospital de Três Barras, o paciente é encaminhado com uma ambulância da UPA acompanhado por técnico de enfermagem e motorista. Após realização do exame, o paciente retorna à UPA de Canoinhas para aguardar resultado do exame, que pode ser acompanhado pelos médicos por um sistema digital unificado.
EVASÃO E SATISFAÇÃO
Também consta no relatório apresentado pela diretora-geral, um gráfico que mostra a taxa de evasão dos pacientes, que tem um teto de 5%. Durante o período, o mês de agosto de 2024 foi o que apresentou a maior taxa de evasão, com 2,81%. “Mesmo que a população reclame da demora, nós percebemos que há uma baixa taxa de evasão”, destacou.
No documento consta ainda a afirmação de que a equipe está “trabalhando continuamente para reduzir ainda mais esse índice, implementando estratégias de melhorias no fluxo de atendimento e comunicação com os pacientes, buscando garantir um atendimento ágil e satisfatório”.
No que diz respeito à satisfação dos pacientes atendidos pela UPA, a meta interna a ser batida pela equipe é de 85% dos usuários satisfeitos. De acordo com o que consta no relatório, a meta foi batida em todos os meses durante o período de 14 meses. A pesquisa de satisfação é realizada por três métodos distintos para garantir a maior adesão possível dos usuários: ficha física, disponibilizada diretamente na unidade;
formulário online, enviado via WhatsApp aos pacientes após atendimento; QR Code, disponibilizado em locais estratégicos dentro da UPA.
A média é de 90% de satisfação, segundo Simone. Em gráfico apresentado, nota-se que entre janeiro e maio de 2024, o índice de satisfação foi de 100% ininterruptamente.