Conversas entre partidos estão intensas
COLUNA DE DOMINGO A eleição municipal mal terminou, os eleitos ainda não foram empossados, mas os resultados das urnas já dizem muito sobre a disputa pelo Governo do Estado em 2026. Quem se deu bem nas urnas, seja como candidato ou como padrinho de candidatos, já sonha com o Governo.
É o caso óbvio de Jorginho Mello (PL), natural candidato a reeleição, dado seu sucesso nas urnas nos Municípios. O PL foi o partido que mais elegeu prefeitos em Santa Catarina neste ano. A sigla, que havia conquistado 28 prefeituras em 2020, chegou a 90 neste ano, um aumento de 62 cadeiras de prefeito. Em percentual, um crescimento de 321%. Boa parte desse sucesso se deve ao empenho pessoal de Mello, que arregaçou as mangas e fez um tour pelo Estado apoiando nomes do partido. Esteve em Canoinhas, inclusive, apoiando Juliana Maciel Hoppe (PL).
Mas esse sucesso eleitoral, que se deve também ao fato de o PL ser o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, não é garantia de vitória em 2026. Muita coisa pode acontecer, inclusive um governo que me parece mediano, sofrer um deslize que custe a reeleição de Mello. Um dos passos mais expressivos de Mello de olho na reeleição foi se aproximar do MDB, oferecendo três secretarias ao partido que tradicionalmente lança nomes para o Governo.
É em um possível passo em falso de Mello que se agarram possíveis adversários, como o prefeito reeleito de Chapecó, João Rodrigues (PSD). Na semana passada, ele anunciou, em entrevista ao Grupo ND, que renunciará ao cargo em maio de 2026 para se dedicar a um novo projeto político. Rodrigues reafirmou sua intenção de disputar o governo de Santa Catarina nas próximas eleições, destacando que essa decisão dependerá do apoio popular. “Não adianta combinar com um partido, tem que combinar com o povo”, afirmou.
Outro que vem se assanhando para a disputa é o prefeito reeleito de Joinville, maior cidade do Estado. Adriano Silva (Novo) se tornou um nome forte nos bastidores da política para disputar as eleições em 2026, após a fácil reeleição, derrotando, com folga, o deputado Sargento Lima (PL), candidato do governador. Em entrevista ao grupo ND na quarta-feira, 11, Adriano disse estar muito dedicado à cidade de Joinville e afirmou que deverá cumprir os quatro anos de mandato.
Há, ainda, a possibilidade de Carlos Moisés, o ex-governador, arriscar um retorno. Ele tem andado pelo Estado (o que não fez durante seu mandato), tentando manter-se vivo na memória do eleitorado.
Com essas especulações, começa a se desenhar o cenário das eleições de 2026, apontando uma tendência. Começam a aparecer nomes que nunca antes disputaram o Governo do Estado, sepultando de vez figurinhas repetidas da política catarinense.