Troca de acusações, denúncias e recortes de vídeo invadem as redes sociais
COLUNA DE DOMINGO Em 2020 e 2022 foi notável o protagonismo da propaganda gratuita no rádio nas respectivas eleições. Mesmo assim, lá estavam as redes sociais, demonstrando seu potencial de alcance. A arena preferida era o então Facebook que, nestas eleições, entregou o protagonismo ao Instagram. Importante lembrar que hoje é possível compartilhar as mesmas postagens do Instagram no Facebook. Há, ainda o TikTok, aposta da candidata a reeleição, Juliana Maciel Hoppe (PL), com 4,3 mil seguidores. Dos seus concorrentes, somente Andrey Watzko (PT) apostou na rede chinesa, mas tem apenas 61 seguidores. Via de regra, o material de campanha é produzido para o Instagram e reproduzido no Facebook e TikTok. No rádio, observe-se, Juliana foi a única que não repetiu programas até agora, prova de desleixo das demais campanhas.
Em uma eleição paupérrima – com exceção de Juliana, a quem está sobrando dinheiro (ela tem mais de R$ 800 mil, mas só pode gastar R$ 623 mil) todos os demais estão contando os trocados – o custo baixo que demanda impulsionar conteúdo especificamente no Instagram e no Facebook (a campanha no WhatsApp é proibida, embora muitos não respeitem) tem se tornado uma alternativa rentável, levando o debate para as plataformas.
Não é no campo das propostas, claro, que a plateia engaja. Foi no fight em que Andrey Watzko (PT) se meteu, no escândalo da candidata a vereadora batendo na cara do atendente e com a candidata que supostamente distribuiu salgadinhos que se alcança tração às postagens. Quem tá de fora aproveita a onda. O envolvido corre atrás do prejuízo para provar que há um “equívoco”.
Na disputa para prefeito, Juliana vem apostando em visitas a bairros e distritos onde antes passou algum serviço da prefeitura para garantir sorrisos e sinais de apoio nos vídeos que são postados diariamente nas redes sociais. Foi a única que contratou uma agência de marketing para trabalhar sua imagem.
Até este sábado, 21, Juliana havia feito 45 postagens, uma postagem a menos que Andrey Watzko (PT). Paulo Basilio (MDB) tem postado com intensidade bem menor. Foram 26 postagens nesta campanha. Cleverton Durau (Podemos) fez 21 postagens. Já Samuel Lubke (PRTB), 14 postagens.
O número de postagens, claro, é insignficante diante do número de seguidores – Juliana tem 26,2 mil; Basilio, 5.648; Durau, 1.430; Watzko, 482 seguidores; e Lubke, 170 -, e, principalmente, da capacidade de impulsionamento e engajamento.
Feito este preâmbulo sobre o protagonismo das redes nestas eleições, o que já dá pra cravar a apenas duas semanas das eleições, é que o que se viu até aqui foi uma das mais mornas campanhas de que se tem notícia em Canoinhas. Com tempo curto (45 dias, muito menos que os 90 dias disponibilizados até 2014), o que se esperava era uma campanha bastante agressiva, mas os poucos recursos levaram os candidatos a fazerem uma perambulação bastante espartana nestes primeiros dias e, agora, vão gastar o pouco que tem, ao que parece, para impulsionar conteúdo que tente derrubar os adversários. Durau vê Basilio como um adversário a ser neutralizado para encostar em Juliana. Basilio e Watzko vão direto na jugular de Juliana.
A pesquisa divulgada pela Rádio Clube apontando empate técnico entre Basilio e Juliana deu a disparada para esquentar a campanha. Basilio disse que é hora da virada ao passo que Juliana ironizou, dizendo que “se até na pesquisa deles estamos na frente, imagine em 6 de outubro”, insinuando que a pesquisa foi paga pelo candidato do MDB e esquentada pela emissora. Quem estaria por trás dessa mão amiga para Basilio seria Beto Passos.
Nesta sexta-feira, 20, a campanha de Basilio disseminou o pedido de cassação da candidatura a vereador de Dudu Vipievski (UB), ex-secretário de Habitação de Juliana, aposta da prefeita para ser seu preposto na Câmara, caso eleito. A denúncia, publicada com exclusividade pelo JMais, é grave e tem provas, mas ainda não há sentença. Dudu tem até quarta-feira para se manifestar. Depois, o juiz eleitoral deve emitir sentença.
Ainda devem ser exploradas a questão religiosa – Juliana tem feito campanha em igrejas evangélicas – e questões como o contrato de terceirização da Unidade de Pronto Atendimento, que o MDB nunca engoliu e sempre levantou suspeitas.
Claro que tudo isso vai descambar no debate que o JMais promoverá entre os cinco candidatos a três dias da eleição, em 3 de outubro. A ver.