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Saúde pública canoinhense: um problema sem solução?

Imagem:Arquivo

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Saúde pública canoinhense será o grande assunto a movimentar as eleições municipais de 2024

Tenho por hábito quase que cotidiano, circular por grupos de Facebook voltados a reclamações e reivindicações sobre o município, bem como o de ler o espaço dos comentários das notícias locais (principalmente aquelas voltadas à política). Tais hábitos se justificam, em parte, pelo gosto em saber quais assuntos estão na ordem do dia, em parte pela busca de assuntos a serem tematizados no espaço desta coluna. Foi a partir destes hábitos corriqueiros, que acabei percebendo um assunto que não sai de pauta e que continua a ser um motivo de insatisfação para a maioria dos canoinhenses, a saber, a saúde pública do munícipio.

O problema mais recorrente é o que diz respeito as unidades básicas de saúde (UBS) e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). No geral, o baixo número de consultas ofertados nas primeiras, acabam levando a uma procura da segunda, mesmo para os problemas não tão graves, gerando, por consequência, um afogamento da UPA, que desencadeia no mais absoluto “caos”.

Para além deste problema, que talvez eu pudesse elencar como o principal, outras reclamações acabam vindo juntas no esteio desta. Vou tomar por base, a Unidade Básica de Saúde do Campo d’Água Verde (distrito do qual sou residente). As reclamações que observo na internet e fora dela, dizem respeito, primeiramente, a necessidade de se varar a madrugada para se conseguir obter uma mera ficha para consulta. Somado ao longo processo de espera (em que o sujeito muitas vezes se encontra profundamente debilitado pela doença que lhe acomete), entra em cena, a “qualidade” do serviço que é oferecido, os quais também não contam com as melhores descrições. Com efeito, já ouvi relatos diversos sobre supostos mal atendimentos (arrogância/rispidez/preguiça) por parte da equipe administrativa e enfermeiros, médicos que passam horas a fio trancados dentro de suas salas ou batendo papo com pessoal da enfermagem, além de atendimentos nos quais o médico nem se dá o trabalho de examinar decentemente o paciente que lhe chega – isso para ficar apenas em alguns exemplos.

O cenário até aqui descrito, sabidamente, não é uma novidade, tampouco uma adversidade atual. No entanto, é público e notório, que a atual gestão pautou boa parte de sua campanha em cima da questão da saúde, e, ao se analisar a fotografia do momento, nota-se que a questão está longe de ser plenamente resolvida. É verdade que já se observou um importante movimento por parte da prefeita Juliana Maciel Hoppe (PSDB) em contratar mais médicos para desafogar o sistema público, no entanto, tal solução de nada servirá se em paralelo não houver uma substancial melhora da qualidade do serviço prestado; qualidade esta que, como já pudemos ver, é objeto de uma série de queixas da população, e do qual, no entanto, pouco ouvimos falar pela parte dos atores públicos (leia-se prefeitura, secretaria de saúde e vereadores).

Os erros de percepção no tocante a esta temática tão necessária, as soluções demasiado rápidas e o problema visto a partir de um único ângulo, me levam a crer que a saúde pública de Canoinhas se encontra num verdadeiro limbo, com um ponto de interrogação gigante, de que ninguém até agora se mostrou capaz de responder efetivamente. Como resolver a saúde pública canoinhense? Eis aí uma questão que permanece em aberto.

Com a insatisfação popular no que diz respeito a esta pergunta aumentando e com as eleições municipais se aproximando, tenho por intuição de que esta será uma das grandes temáticas a movimentar o debate eleitoral do ano que vem. Obterá melhor sorte, aquele que conseguir ofertar uma “solução” do ponto de vista da completude, contemplando agilidade, organização e qualidade no trato com a saúde pública. O grande mistério é se o povo vai acreditar, afinal de contas, a se levar em consideração o que vejo nos mesmos grupos e espaços de comentários do qual sou leitor rotineiro, o ceticismo e desconfiança para com a política local nunca se fez tão presente nestas bandas como agora.