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O que esperar da relação de Jorginho Mello com Lula?

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Governador disse que terá com Lula um relacionamento “respeitoso, de quem venceu as eleições”

O período pós-eleição vem se mostrando complexo em todo o Brasil em comparação a como foi o periodo posterior aos últimos pleitos. A situação começou a ganhar contornos impressionantes, como tenho escrito nas últimas semanas.

Porém, no meio disso tudo alguns comentários realizados pelo Partido Liberal, sigla onde estão Jair Bolsonaro e Jorginho Mello, começaram a chamar a atenção pelo fato de jogar luz sobre uma inverdade. Inúmeros órgãos nacionais e internacionais  já comprovaram que as eleições brasileiras aconteceram dentro das normalidades e respeitando os ritos democráticos.

O PL, ao chegar ao ponto de afirmar que pediria a anulação das eleições, visando principalmente o nordeste, local de ampla votação para Lula, fazia o papel daquele pai que nunca aparece na escola, e quando aparece serve apenas para colocar a culpa nos professores.

O partido, talvez forçadamente, comprou as ideias mirabolantes de Bolsonaro, até para não perder protagonismo político e jogou, assim, dúvidas sobre o pleito, dando álcool para as manifestações antidemocráticas.

Nisso tudo, do outro lado começou um movimento de questionamento por parte do PL de que haveria fraude apenas na votação para presidente. A colocação é válida, afinal se as urnas foram fraudadas como pregado pelo PL, os deputados, senadores e governadores eleitos pelo partido também tinham sido parte do esquema. É uma conta que ao ser observada no seu final não fecha.

Esperava-se até então um posicionamento de Jorginho Mello, eleito pelo partido como o novo governador de Santa Catarina. O tempo passou, e o político estava até o momento se mostrando um tanto quanto tímido, ainda meio que aparecendo apenas pelas beiradas. Porém, a questão ganhou outro contorno no decorrer dessa semana.

Na manhã de sexta-feira, 18, o governador eleito esteve em uma reunião da diretoria da Federação das Industrias de Santa Catarina (Fiesc), na qual foi questionado sobre inúmeros assuntos, como a composição do seu futuro secretariado, assunto esse que será resolvido apenas no próximo mês.

 Agora, quando o assunto tornou-se a eleição de Lula (PT) ao cargo de presidente da República, Mello começou a dar algumas amostras de como será a sua relação como o novo governo federal. A forma apresentada por ele mostra uma dissonância do viés adotado pelo partido a nível nacional, e mostra que o novo governador entendeu como a política catarinense funciona.

Jorginho, que nos últimos anos estava ocupando uma cadeira no Senado e serviu de apoio para a tentativa de reeleição de Bolsonaro, criticou a forma como o governo de transição federal está agindo.

Durante a entrevista coletiva, afirmou que terá com Lula um relacionamento “respeitoso, de quem venceu as eleições”. Ele citou ainda que a democracia é isso, enfatizando assim que respeitará o resultado das urnas, que não reelegeu o seu candidato a presidência.

Quando coloca-se nessa posição de respeito ao resultado, Mello deixa de lado a politicagem e passa a ser apenas o político. Entende que mesmo sendo um Estado de maioria bolsonarista, daqui a quatro anos a política catarinense pode ser movida pelas ondas do mar para um outro lado completamente diferente do atual.

A situação vivida por Carlos Moisés (Republicanos), que foi eleito por estar ligado a Bolsonaro, mas que sofreu dois processo de impeachment e ficou de fora do segundo turno deste ano, deve estar servindo de exemplo para Mello adotar pelo menos em frente as câmeras esse tom mais democrático.

Fazendo isso, todos saem ganhando. Mello se fortalece como um bom político que respeita a democracia. A política catarinense consegue novamente viver a sua verdadeira essência de moderação. Os catarinenses ganham por não precisar viver sob a possibilidade de uma ruptura antidemocrática. Resta apenas saber como os manifestantes que se encontram nas frentes dos quartéis do Estado receberam esse posicionamento do candidato por eles eleito em louvor a Bolsonaro.