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Dados do Ideb mostram tragédia da educação na região

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Esta é uma coluna de opinião. Aqui você vai encontrar notas sobre bastidores da política regional e estadual, além de artigos que expressam a opinião do colunista.

Santa Catarina ainda está entre as melhores do Brasil

Entrevista publicada originalmente em 18/9/22. O colunista está em férias e retorna dia 24/1/23

EDUCAÇÃO

COLUNA DE DOMINGO É impressionante, mas, segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgados na sexta, 16, Santa Catarina e Paraná têm as melhores escolas do Brasil, mesmo assim, as entranhas dos números, divididos por cidades e, posteriormente por escolas, mostram que fracassamos em melhorar a educação nos últimos 16 anos.

O ano de 2021 marca o fim do ciclo do Ideb. O indicador foi criado em 2005 e estipulou metas até 2021, na ocasião dos 200 anos da Independência do Brasil. Por causa da pandemia, contudo, essa análise fica prejudicada.

Mesmo assim, tirando a pandemia de lado, nossas escolas não atingiram mais que uma posição mediana. Desde o começo, o Ideb atesta e martela em uma condição intrínseca à educação regional, no caso de Canoinhas e demais cidades do Planalto Norte. Os estudantes entram no ensino fundamental muito mais propensos ao ensino do que saem. A situação se torna trágica no Ensino Médio, quando os índices desabam de vez.

Nos anos iniciais, Canoinhas começou em 2005 com nota 4,8. Termina em 2021 com média 6,5. Para o Ideb cumpriu a meta. Quando se fala nos anos finais do ensino fundamental, a média começa e termina nivelada para baixo. Foi de 4,6 para 5,5, não atingindo a modesta meta de 6. Quando se fala em Ensino Médio a tragédia aponta notas abaixo de 4. Pior: há altíssima evasão, quer dizer, pior que notas ruins é não ter nota nenhuma porque o aluno simplesmente desiste de estudar depois de concluir o ensino fundamental.

Essa tragédia se torna ainda mais amplificada no caso de Três Barras, colecionando resultados medíocres sem reagir.

A questão da evasão escolar tem de ser priorizada, mas nem entrou no radar dos candidatos a governo de Santa Catarina que daqui a duas semanas participam do primeiro turno das eleições gerais. Respiradores, quem tem mais apoio de Bolsonaro e farpas sobre quem foi mais incerto na pandemia dominam o debate. Triste. A educação vem agonizando há décadas e pouco se tem feito a respeito. A pandemia tornou esse desastre ainda mais trágico com a aprovação automática de quem nem frequentou direito as aulas. Carimbou uma velha prática no sistema educacional brasileiro: professores fingem ensinar, alunos fingem aprender e o Estado endossa essa prática com aprovação automática. Triste, muito triste.