Prefeito em exercício e candidatos ficam sem norte

PERDAS E DANOS

Alguém ainda há de avaliar futuramente os danos causados pelo pedido de suspensão da eleição suplementar em Canoinhas empreendido pelo PSB. Há de se observar que o pedido tem fundamento – o Tribunal Regional Eleitoral poderia ter tomado o cuidado de consultar a instância superior, o TSE, no caso -, mas dano maior foi causado à própria democracia.

Se uma pesquisa fosse feita, certamente a vasta maioria da população canoinhense diria que quer decidir logo quem vai administrar a cidade pelos próximos dois anos. Até mesmo Willian Godoy (PSD), prefeito em exercício e candidato, tem interesse em ver esse nó desatado de uma vez por todas. Nada mais complicado do que estar à frente de uma instituição que exige planejamento a longo prazo e não poder planejar nada porque não sabe se fica até dezembro ou se o eleitor lhe dará a oportunidade de estender a estadia na prefeitura.

Não se trata, contudo, da ansiedade dos quatro candidatos, por óbvio. A liminar, é fato, empatou a trajetória de uma cidade que já vem atrasada em muita coisa. Quem entende de política, contudo, dimensiona melhor os impactos dessa decisão judicial e, o pior, a impressionante demora em desempatar essa questão da data da eleição.

Se alguém quer investir, vai esperar. Se o Governo quer mandar recursos, vai esperar. Muita coisa está em compasso de espera.

Some-se essa liminar ao impeachment que não teve de Renato Pike e completa-se um quadro sombrio para o futuro da cidade. Podemos resolver a questão da data, que se frise, já deveria ter sido resolvido já que não se trata de tema nem um pouco complexo, porém, é bem possível que a defesa de Renato Pike jogue um balde de água fria na festa do vitorioso ou vitoriosa. O decreto que extinguiu o mandato de Pike pode ser questionado na Justiça, ao passo que o impeachment seria absolutamente irreversível.

BYE BYE BRAZIL

A vereadora Zenilda Lemos (MDB) pediu licença ao presidente da Câmara de Vereadores, Gil Baiano (PL) para se ausentar do país no começo de outubro.

CORTA AQUI, …

O governo Bolsonaro cortou em 59% o orçamento de 2023 da gratuidade do programa Farmácia Popular, que atende mais de 21 milhões de brasileiros, para garantir mais recursos para o orçamento secreto – esquema revelado pelo Estadão de transferência de verbas a parlamentares sem critérios de transparência.

As despesas previstas para o custeio do atendimento de saúde da população indígena também sofreram uma “tesourada” de 59%.

VIRADAS

Arrancadas a cerca de um mês da votação em primeiro turno são eventos raros nas eleições para governador. Nas 50 disputas analisadas desde 1989 pelo jornal O Globo, em só cinco ocasiões um candidato que não liderava as pesquisas de intenção de voto em setembro conseguiu ser o mais votado no primeiro domingo de outubro. Nas eleições presidenciais, todos os que apareciam em primeiro, ainda que em situação de empate técnico com outro nome, confirmaram o favoritismo nas urnas desde a redemocratização.

SEM PUXAR VOTO

A dianteira de Raimundo Colombo (PSD) nas pesquisas pela disputa pelo Senado em Santa Catarina mostra que nem Lula nem Bolsonaro estão conseguindo puxar votos para seus respectivos candidatos no Estado. O presidente Bolsonaro apoia seu ex-secretário da Pesca, Jorge Seiff Jr. Já Lula tem o atual senador Dario Berger (PSB) como seu candidato.

OS SABONETES

A crise tem feito muita gente economizar na hora do banho dispensando o sabonete. O produto teve seu preço inflacionado em 28% em 12 meses.

SEM SUCESSO

A aliança do PL com o Progressista e o Republicanos no cenário nacional só foi replicada em cinco Estados. No caso de Santa Catarina, os três partidos têm, cada qual seu candidato: Jorginho Mello (PL), Esperidião Amin (Progressistas) e Carlos Moisés (Republicanos).

APOSTA

A Nestlé vai investir quase R$ 1 bilhão em Santa Catarina. Fará a maior fábrica de ração para cães da América Latina, da marca Purina. A unidade será em Vargeão, no Oeste do Estado.

87%

É a taxa de tentativa de reeleição dos 513 deputados federais

CÁLCULO

De cada 100 eleitores que vão às urnas em 2 de outubro, 40 recebem algum benefício do governo.