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MPSC e CRM discutem cenário preocupante no atendimento pediátrico no Estado

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Conselheiros também manifestaram preocupação com as filas de espera por cirurgias eletivas no estado

O Procurador-Geral de Justiça, Fernando da Silva Comin, recebeu na tarde desta sexta-feira, 8, a direção do Conselho Regional de Medicina (CRM), que expôs preocupação com o caos no atendimento pediátrico no estado, identificando alguns dos problemas e apontando possíveis encaminhamentos. Na reunião, que ocorreu no gabinete do chefe do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o Conselheiro do CRM Marcelo Cruz afirmou que a emergência do Hospital Infantil de Florianópolis está à beira do colapso. 

“As crianças que necessitam de atendimento classificado de baixo risco (ambulatorial) estão esperando cerca de 10 horas para serem atendidas na emergência do hospital. Isso é desumano. Já paramos de atender as cirurgias eletivas. Não temos vagas em UTI”, afirmou Cruz.

Além disso, o Presidente do CRM, Eduardo Porto Ribeiro, informou que a UPA da Capital não tem triagem para as crianças; elas são atendidas por ordem de chegada. “As crianças esperam até cinco horas para serem atendidas. É grave a situação”, alertou.

Outro assunto tratado pelos conselheiros do CRM foi as filas de espera por cirurgias eletivas no estado. Eles estimam que mais de 150 mil pessoas estariam aguardando por atendimento.

O procurador-geral de Justiça, Fernando da Silva Comin, externou preocupação e pediu um relatório completo da situação. “O cenário é preocupante e complexo. Temos que caminhar em conjunto para conseguirmos um resultado útil para a sociedade. Temos que ter informações de quem atua na linha de frente com os aspectos técnicos para convencermos os gestores a fazer os ajustes necessários na política pública na área da saúde. Os senhores terão todo o nosso empenho e dedicação”, ressaltou.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e Terceiro Setor do MPSC, promotor de Justiça Douglas Martins, também presente na reunião, destacou que o MPSC vem acompanhando de perto a situação em todo o estado. “Estamos acompanhando com preocupação toda essa situação e várias destas temáticas já foram debatidas amplamente, como o fortalecimento à atenção primária. Sabemos que recentemente o Governo do Estado repassou recursos a todos os municípios para contratação de profissionais, o que vem sendo acompanhado pelas Promotorias de Justiça, porém os gestores afirmam dificuldades de encontrar pediatras disponíveis”, disse.

Martins também informou que o MPSC está acompanhando as medidas de prevenção de algumas das causas da alta taxa de internação de crianças e adolescentes. “Estamos participando da elaboração de uma estratégia conjunta entre Secretaria de Estado da Saúde, Secretaria de Estado da Educação, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (Cosems/SC) para a melhoria da cobertura vacinal em crianças e adolescentes das vacinas previstas no plano nacional de imunização, o que inclui um programa de vacinação nas escolas”, disse.

O subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do MPSC, Alexandre Estefani; o coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e Educação, promotor de Justiça João Luiz de Carvalho Botega; e o vice-presidente da CRM, Marcelo Neves Linhares, também participaram da reunião.